Quem são os favoritos no triathlon da Olimpíada?

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Faltando sete dias para a largada do triatlhon na Olimpíada do Rio de Janeiro, Sergio Dias, treinador da seleção brasileira, e Marco La Porta, diretor-técnico da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), analisaram os favoritos à medalha de ouro na modalidade e o que esperar da participação dos brasileiros Pâmella Oliveira e Diogo Sclebin. A prova feminina acontece na próxima quinta-feira (18). A masculina será realizada dois dias depois (20).

OS FAVORITOS

Sérgio Santos:

“Todos os que têm ganho etapas da World Triathlon Series nos últimos anos são candidatos. A ainda curta história olímpica do triathlon ensinou que os favoritos raramente ganham. Aconteceu apenas em Londres 2012 com Alistair Brownlee, novamente um dos favoritos no Rio. O triathlon olímpico é particular, com apenas 55 homens e 55 mulheres, com um percurso muito seletivo. Vai ganhar o triatleta mais bem preparado e que souber passar ao lado dos imprevistos que podem surgir, como os furos ou as quedas. Não gosto de adiantar nomes nem de prever vencedores. Prefiro prever os diferentes cenários competitivos que podem acontecer e preparar os atletas que treino para que se adaptem a cada um deles.”

Marco La Porta:

“A prova masculina vai ser menos equilibrada do que a feminina. Acredito em Alistair para o ouro, Jonathan para a prata e Mola para o bronze. Dificilmente o ouro vai fugir de um desses três. No feminino, a grande favorita obviamente é a Jorgensen, mas eu vou na contramão. Acho que vai haver uma fuga e eu aposto em Hellen Jenkins, Flora Duffy e Pâmella Oliveira.”

OS BRASILEIROS

Sérgio Santos:

“Tanto a Pâmella como o Diogo vão para a segunda Olimpíada (estiveram em Londres). Como sabemos, a Pâmella vem da natação e vive desde janeiro de 2011 em Rio Maior, ausentando-se apenas para competições e estágios em outros locais. O Diogo vive no Brasil e tem sua família em Belo Horizonte, onde treina. Não sou o treinador do Diogo. Dou apoio a ele nas competições internacionais desde 2011, tal como o faço com o restante dos atletas da seleção sempre que me desloco a serviço da CBTri, portanto também o conheço bem.

Os objetivos são claros. O desafio proposto foi conseguirmos o melhor resultado de sempre de um atleta brasileiro numa Olimpíada. Esse lugar foi o 11º em Sydney-2000. Faremos tudo para conseguir melhorar essa posição, mas não nos limitaremos a alcançar o 10º lugar.

Tanto o Diogo como a Pâmella não são dados como favoritos às medalhas pela imprensa, mas uma coisa eu tenho como certo: ninguém está mais motivado do que eles para dar o melhor frente a sua torcida. São atletas que dão tudo até ao fim, são valores seguros, e sabemos com o que podemos contar. Se eles terminarem na 13ª colocação é porque não dava mesmo para ficar na 12ª. Prepararam-se muito bem, têm muita experiência, foram os atletas que mais testaram o percurso e têm sido muito profissionais todos esses anos. Todos podemos esperar uma grande competição por parte dos dois.”

Marco La Porta

“Em relação aos brasileiros, acho que os dois vão muito bem. Diogo vai se favorecer do fator casa que, para ele, é em casa mesmo. Por isso, pode fazer história e superar Leandro Macedo como o melhor resultado olímpico de todos os tempos. Pâmella fez um 15º no evento teste quando estava muito longe da sua melhor forma. Acredito que vai haver uma fuga e ela vai estar lá e vai brigar pela medalha. Na pior das hipóteses fará um top 10. Jogos Olímpicos são a melhor oportunidade para o inesperado.”