No triathlon à la Cavendish

Atualizado em 08 de agosto de 2016
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Em provas de triathlon com vácuo liberado, sabe-se que arrancadas súbitas são armas usadas pelos melhores ciclistas para escapar ou quebrar o pelotão. No entanto, engana-se quem acha que os sprints não têm importância em provas sem vácuo. Em percursos sinuosos, com muitos retornos ou variação altimétrica constante, dominar a técnica da arrancada pode fazer diferença não apenas no tempo final, mas também na hora de tirar da roda alguém que não deveria estar lá. Ex-triatleta profissional e técnico da equipe OCE, Hugo Prado Neto explica como aperfeiçoar seu sprint.

Postura na Bike

Em se tratando de bikes de triathlon e contrarrelógio, as mãos devem ficar no handlebar, próximas aos manetes de freios. Para compensar a geometria mais avançada do quadro, evite “saltar para a frente” no momento do sprint — arrebite os glúteos e mantenha a posição mais neutra possível em relação ao movimento central da bicicleta. Mantenha os ombros baixos e o pescoço alinhado com a coluna, melhorando a aerodinâmica.

Posição dos pés

O sprint deve começar preferencialmente com o braço da pedivela da perna não dominante na posição de 1h (60° em relação à horizontal), para que a primeira rotação completa do pedal seja feita com a perna mais forte — ou seja, se sua perna direita é a dominante, comece o sprint com a mesma na posição de 7h, pisando primeiro com a esquerda e começando a pisada da perna direita já “embalado”.

Relação de marchas

Ao executar o sprint, o olhar deve estar fixo em um ponto ou linha reta à frente — isso o ajudará a manter a cabeça e o tronco parados, sem balançar de um lado
para o outro. Enquanto pisa com uma das pernas, o braço do mesmo lado deve puxar o guidão para cima, fazendo com que a bicicleta se incline para o lado oposto. Os braços devem se movimentar com fluidez e a bicicleta, apesar de se inclinar de um lado para o outro, deve permanecer em linha reta. Para tornar o movimento mais natural, pratique arrancadas com relação leve e cadência alta, acima de 100 rpm. E não deixe de assistir a alguns vídeos das chegadas de Mark Cavendish — em câmera lenta, é possível identificar a técnica perfeita que o torna praticamente imbatível em um sprint lançado de 200 metros.

Matéria publicada na revista VO2 Bike, edição 102.