Conheça a favorita ao ouro no triathlon da Olimpíada

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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Aos 30 anos, a norte-americana Gwen Jorgensen é a grande favorita para vencer a prova do Triathlon feminino nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Campeã mundial em 2014 e 2015, além de vencedora absoluta do Evento-Teste no Rio, no último ano, Gwen parece não sentir a pressão pela sonhada medalha dourada.

Sua carreira esportiva começou na Universidade de Wisconsin-Madison, onde competiu nas equipes de natação e atletismo enquanto terminava a graduação e o mestrado em Contabilidade, trabalhando depois na consultoria Ernst&Young, em Milwaukee.

Durante os anos de universidade, Gwen não teve contato com o Triathlon, que veio somente depois que ela começou sua carreira profissional na contabilidade. A USA Triathlon (Federação Nacional dos Estados Unidos), procurava ex-corredores e ex-nadadores para ingressar no Triathlon. Em 2010, ela iniciou no nadapedalacorre, ganhando o título de “Triatleta Novata do Ano 2010”, pela USA Triathlon.

“Quando a USAT me recrutou para o Triathlon, eu não queria ser uma profissional porque pensava que não era boa o suficiente. Eu me recusei a abandonar meu emprego na Ernst&Young porque eu queria me manter financeiramente sem a ajuda de outros. Eu agora sou uma triatleta de tempo integral graças ao apoio de diversas pessoas e adoro isso”
Grande corredora de pista, Gwen chegou a disputar a seletiva olímpica em suas provas favoritas, os 5.000m e os 3.000m. Assim, ela logo se adaptou à intensidade do Triathlon na ITU (International Triathlon Union). Com 1,77m e 55kg, seu biótipo é ideal para a corrida.

Um ano depois de seu início do Triathlon, ela conquistou a classificação para os Jogos Olímpicos de Londres 2012, na WTS no mesmo local, quando terminou em segundo lugar. Nas últimas olimpíadas, Gwen teve um pneu furado, terminando em 38ª, mas o resultado ruim não a abateu.

“Londres foi uma prova muito decepcionante. Eu tive um pneu furado e terminei em 38º. No entanto, foi um ponto de inflexão em minha carreira. Foi quanto Patrick (meu marido) e eu decidimos buscar por uma equipe de treino internacional. Encontramos Jamie Turner, quem eu acredito ser o melhor treinador de Triathlon do Mundo.”

Ela voltou com tudo e foi a primeira norte-americana a ganhar uma etapa da Série Mundial de Triathlon (WTS), em San Diego, 2013. Naquele mesmo ano ela venceu mais duas etapas da série, Yokohama e Estocolmo. Favorita a vencer o título mundial, ela também sofreu problemas na bike na Grande Final, em Londres, deixando o título com Non Stanford (GBR), uma de suas maiores adversárias no Rio.

A partir de 2014, sua dominância no esporte ficou evidente: Foram quatro vitórias de WTS seguidas: Londres, Yokohama, Chicago e Hamburgo, o que lhe rendeu o primeiro título mundial de Triathlon. Essa série de vitórias se estendeu até 2015, com incríveis 13 provas seguidas no lugar mais alto do pódio, competindo contra as melhores do mundo. Nessa lista, está a importante vitória no evento-teste do Rio, em agosto de 2015, que lhe deu a vaga olímpica e confiança para competir em um percurso com natação e ciclismo desafiadores. Muitos diziam que ela não conseguiria impor sua corrida em tais condições, mas não foi o que aconteceu. No ano passado ela foi, novamente, campeã mundial, consagrando o título com uma vitória espetacular em casa, na Grande Final da WTS 2015, em Chicago.

Sua série de vitórias só foi interrompida neste ano, na WTS Gold Coas, Austrália. A britânica Helen Jenkins mostrou que pode, sim, surpreender e vencer a melhor do mundo. De certa forma, essa derrota abriu os olhos de Gwen, que também perdeu na WTS Hamburgo, dessa vez para a compatriota Katie Zaferes.

Desde a prova no Rio, Gwen sabe que precisa fazer uma boa natação para poder mostrar toda sua força na corrida. Para alguns analistas, ela só perde a medalha de ouro de sair para correr mais de um minuto atrás das adversárias.

Seus melhores tempos na pista eram os seguintes (de acordo com a IAAF):

3.000m: 9:20.42 (2009)

5.000m: 15:55.63 (2009)

10.000m: 33:38.38

Em 2015, ela competiu uma prova de 10km de rua em Sydney, registrando 32:12. Nas provas de Triathlon, ela já registrou tempos melhores do que seus antigos registros nas pistas.

Na curta história olímpica do Triathlon, poucos favoritos, tanto homens quanto mulheres, conseguiram confirmar a vitória. Alistair Brownlee mostrou que é possível, mesmo que correndo em casa. Claro que dados e estatísticas não ganham provas, mas o que os dados mostram é que o corpo e a mente de Jorgensen estão, sim, mais que preparados para a glória olímpica:

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