Sal consumido em longas distâncias

Atualizado em 22 de julho de 2016
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Assunto que tem gerado certa polêmica na área da educação física, o uso do sal em provas longas tem sido cada vez mais comum entre os atletas. Importante pelo controle hidroeletrolítico ou osmótico, e também pela perda acentuada de água e eletrólitos, o sal consegue equilibrar todos esses pontos, acarretando em um melhor desempenho do corredor, além de uma leve sensação de bem-estar.

Contudo, o que seria indicado apenas para as provas longas, tem sido presença também nas provas de curta metragem. “O uso de sal nas provas só deve ocorrer acima de maratonas, especialmente em ultramaratonas. Ainda assim, é necessário contar com um nutricionista, para ver se é necessário ou não o uso do sal. Em distâncias mais baixas, apenas a ingestão de gel e bebidas isotônicas são requisitadas”, afirma Enzo Amato, diretor técnico da Enzo Amato Assessoria Esportiva.

Além disso, caso seja recomendado o uso de sal durante a prova, não há um momento certo para sua ingestão, apenas dependendo das explicações do nutricionista e das necessidades do corpo durante a prova. “Pode depender da temperatura do ambiente e da quantidade de água que é perdida pelo suor, que pode chegar a dois litros”, diz a nutricionista Maria Gabriela Goulart, nutricionista esportiva.

Quantidade ideal e forma de consumo
Diferente de pessoa para pessoa, a quantidade não tem uma média regular, já que depende de vários atributos do atleta, como peso, quantidade de suor exalado na distância requerida, além do peso perdido após a corrida.

“Com estes testes, começamos a perceber qual deve ser a quantidade de líquido que deve ser ingerido, sendo proporcional a quantidade que foi perdida pela transpiração”, explica a nutricionista, que também cita as pesquisas da American College of Sports Medicine (ACSM), que recomenda de 600 ml a 1.200 ml para corridas que durarem mais de uma hora, além de 0,5 a 0,7 g/l de sódio, encontrado no sal.

Hoje em dia, a reposição de sódio está bem mais facilitada, já que existem vários modos de ingerir sal durante a competição. Entre eles estão as pastilhas efervescentes, as pastilhas de sal e bebidas hidroeletrolíticas, sendo a primeira a preferida dos corredores. O consumo exagerado do sal também causa problemas, como retenção líquida e edema.

Hiponatremia
Problema provocado pela falta de sódio no organismo, essa desregularização pode ocorrer em esportistas que perdem suor excessivamente e de forma prolongada, deixando o plasma com baixo índice de sódio.

“Os principais sintomas da hiponatremia incluem náusea, vômito e mal-estar. Se não revertido em tempo pode haver confusão, reflexos diminuídos, convulsão e coma. Outros sintomas mais intensos da hiponatremia são edemas celulares, pois o meio intracelular tenta transitar com o sódio ali presente para o meio extracelular, tentando alcançar os valores ideais fisiológicos; convulsões, edema pulmonar e cerebral, alterações do sistema nervoso central; parada cardiorrespiratória e morte súbita”, afirma Maria Gabriela.

O consumo de bebidas esportivas ou alimentos sem sódio, ou sem a quantidade adequada, levam a baixa concentração da substância no sistema celular. Para evitar esse problema em provas longas, consulte o seu nutricionista e comece uma dieta alimentar regular.

Veja uma receita de hidroelétrico caseiro:
– 950 ml de água gelada
– 50 ml de suco concentrado (pode ser de limão que além do sabor cítrico oferece vitamina C)
– 1 colher de sopa de açúcar (12 gramas)
– 1/2 colher de chá de sal (2 gramas)

(Matéria publicada no site o2porminuto.com.br, setembro de 2010)