Perder peso errado traz riscos

Atualizado em 20 de abril de 2016
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É na adolescência que o corpo se transforma. Mas a busca por um perfil mais esbelto e esguio pode colocar vários jovens em uma cilada. De acordo como uma pesquisa USP (Universidade de São Paulo), o emagrecimento inadequado pode trazer riscos de transtornos alimentares para essa faixa de idade.

O estudo, coordenado pela nutricionista Greisse Leal, acompanhou 1.167 adolescentes da cidade de São Paulo e descobriu que 12,2% deles já apresentavam comportamentos de risco para transtornos alimentares. Ainda com base nos voluntários, a pesquisa retornou que 31,9% exerciam alguma prática não saudável para o controle de peso.

A pesquisadora identificou que, entre os jovens que apresentavam comportamento de risco, 72,5% eram do sexo feminino. As condutas inadequadas mais comuns eram compulsão alimentar (10,3%), dieta restritiva (8,7%), uso de diuréticos para emagrecer (1,4%), uso de laxantes (0,3%) e vômito induzido (0,3%).

No que diz respeito aos métodos não saudáveis para controle de peso, 66,8% dos praticantes também eram meninas. Os hábitos mais encontrados foram: comer muito pouco (20,4%), omitir refeições (20,6%), usar substitutos de refeições e alimentos (7,4%), usar remédios (2,1%) e fumar mais cigarros (1,6%).

De acordo com Leal, os problemas alimentares causam severos prejuízos à saúde. “Transtornos alimentares e dietas restritivas causam privação física e emocional que podem desencadear frustração e raiva. A pessoa sente-se frustrada por não poder comer certos tipos de alimentos, o que, em algum momento, pode levar à compulsão alimentar e esta, por sua vez, ao sentimento de culpa e medo de engordar, podendo desencadear comportamentos purgativos (vômito autoinduzido, uso de laxantes e diuréticos) compensatórios”, pontua a pesquisadora em entrevista à USP.

Segundo a universidade, a nutricionista recomenda que pais e adolescentes saibam reconhecer precocemente as atitudes que podem desencadear transtornos alimentares, ajudando na prevenção. Incentivar o consumo de uma alimentação balanceada com horários regulares é o caminho para evitar problemas futuros.

“Promover a satisfação corporal é primordial, ressaltando para os adolescentes a existência de diversos tipos de corpos e a impossibilidade de padronização de pesos e tamanhos ou medidas corporais”, finaliza.