Os poderes do cálcio

Atualizado em 21 de janeiro de 2019
Mais em Nutrição

Por Fátima Martin

Da mamadeira para o copo de vidro, o leite mantém propriedades tão importantes para o desenvolvimento e manutenção do corpo que permanece imprescindível ao organismo por toda a vida. Único alimento consumido pelos bebês durante os primeiros meses após o nascimento, o leite, seja nos tipos integral, semi-desnatado ou desnatado, é essencial ao cardápio diário da criança, do adolescente, do adulto e de pessoas da terceira idade.

Assim como o leite, seus derivados como queijo e iogurte, e vegetais de folhas verdes escuras, como espinafre, agrião, rúcula, brócolis e couve, agregam em sua composição o mineral responsável também pelo fortalecimento das articulações.

O cálcio é o principal responsável pelo desenvolvimento dos ossos e dentes. “A grande fonte de cálcio são os laticínios. Ao cortar a ingestão de laticínios, dependemos do cálcio de segunda linha, que são as verduras escuras”, disse Hélio Ventura, especialista em medicina ortomolecular e em dieta de suplementação para atletas.

O mineral também tem participação em outras funções no organismo, como na coagulação sanguínea, contração e relaxamento muscular, transmissão nervosa e regulação do batimento cardíaco.

Com um estoque enorme de cálcio, os ossos armazenam em torno de 99% do mineral. O corpo, que possui mecanismos de regulação de vitaminas, transfere o mineral dos ossos para a corrente sanguínea quando a dosagem no organismo não é suficiente. “Por isso, se uma pessoa não ingerir doses diárias de cálcio, este “empréstimo” pode desencadear, a longo prazo, o surgimento de doenças como a osteoporose”, falou a nutricionista Sandra Mendonça, membro do Conselho Regional de Nutrição (CRN) e do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN).

Estimula o emagrecimento e reduz fraturas por estresse

No curto prazo, atletas que estão com volumes grandes de treinamento, principalmente corredores, podem ter fraturas por estresse se a reserva de cálcio e outros minerais diminuírem no organismo. “Os minerais que merecem mais atenção ao lado do cálcio são: magnésio, flúor, boro, zinco, cobre, fósforo e a vitamina D”, listou o especialista Hélio.

O fortalecimento de ossos e dentes por meio do uso do cálcio é comprovado por médicos e nutricionistas, porém, a novidade é sobre recentes pesquisas que relacionam a perda de peso à ingestão de laticínios. “Parece que a disponibilidade do cálcio no organismo é importante no processo de redução de gordura, tanto no tratamento de pessoas obesas quanto de um atleta. Segundo estudos, as pessoas que consomem laticínios emagrecem mais rápido do que as que não ingerem esses tipos de alimentos”, revelou Hélio Ventura.

Alimentação e suplementação adequadas

A dose diária de alimentos à base de laticínios e de verduras escuras deve ser de no mínimo duas porções diárias em adultos e pessoas da terceira idade, intercalando dois copos grandes de leite, mais uma porção de iogurte, por exemplo. “Quanto mais magra a porção, mais ela libera cálcio. Portanto, aquele medo que muitas pessoas têm em usar leite desnatado não procede”, enfatizou Hélio.

Outra recomendação do médico ortomolecular é a ingestão regular de cálcio por mulheres. “Principalmente as que sofrem de amenorréia, ausência de menstruação por um período maior que três meses, deve ingerir cálcio e manter uma dieta regrada”, aconselhou.

Além da alimentação, muitas pessoas redobram o cuidado por meio do uso de suplementação à base de cálcio. “Nesse caso, usa-se entre 400ml até 1.600ml por dia de suplementos a base de cálcio. O mais recomendado é ingerir cálcio orgânico”, indicou Hélio. A nutricionista Sandra enfatiza que o “cálcio deve ser ingerido em suplementos ou alimentos, com outras vitaminas para garantir o equilíbrio do organismo”.

Doenças causadas pela falta de cálcio
Osteoporose: originada pela perda de massa óssea, a doença pode aumentar a probabilidade de fraturas.
Osteomalácia: ocorre quando há uma falha na mineralização da matriz óssea, o que pode causar também fraturas.
Raquitismo: doença é conhecida por provocar má formação dos ossos durante o período de crescimento.