Oito alimentos exóticos e saudáveis

Atualizado em 12 de julho de 2017
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Alguns alimentos fazem parte da dieta de grande parte dos corredores. Peixes, frango, banana, maçã, arroz integral e batata-doce, por exemplo, são ótimos para quem pratica atividade física e ninguém duvida disso. Mas alguns outros alimentos menos comuns também podem atender às suas necessidades e, ainda por cima, ajudá-lo a dar aquela variada no cardápio — afinal, comer a mesma coisa todos os dias pode desmotivá-lo a seguir uma alimentação equilibrada. Nesta reportagem, destacamos para você oito alimentos exóticos e pouco utilizados no Brasil, mas que podem incrementar sua dieta e ainda manter seu corpo abastecido para a corrida.

Freekeh

Originário do Oriente Médio, o freekeh — pronuncia-se “friqué” — é um grão colhido ainda verde, por isso também é conhecido como trigo verde. Possui alta concentração de selênio e carotenoides, que têm função antioxidante, protegendo o organismo da ação prejudicial dos radicais livres. Além de ser rico em cálcio, ferro, magnésio e zinco, micronutrientes que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, o freekeh é uma ótima fonte de fibras — possui até quatro vezes mais fibras quando comparado aos outros grãos semelhantes —, garantindo melhor funcionamento intestinal e saciedade. Os corredores ainda se beneficiam da sua alta concentração de potássio, importante para retardar a fadiga muscular, e das proteínas, essenciais na recuperação e manutenção das fibras musculares.
Melhor forma de consumo – Pode substituir o arroz ou ser usado em saladas, sopas e até no lugar do trigo em receitas.
Onde encontrar – Lojas de produtos árabes e naturais.

Goji Berry

Consumida no sul da Ásia há mais de 2.500 anos, a goji berry ainda é uma novidade por aqui. De cor avermelhada, a fruta é rica em vitamina C e uma ótima fonte de proteína — contém 18 aminoácidos diferentes, entre os quais oito essenciais ao corpo humano. Possui ainda mais de 20 minerais, como zinco, ferro, cobre, cálcio, selênio e fósforo, e vitaminas, como B1, B2, B6 e vitamina E. Pesquisas mostram que o consumo regular da goji berry resulta no aumento do nível de energia, do desempenho atlético, da qualidade do sono e da capacidade de concentração. Ajuda ainda na redução da fadiga e do estresse, além de ser rica em antocianinas, substância que desempenha papel importante nas funções cerebrais. Alguns estudos destacam seus possíveis efeitos medicinais, devido às suas propriedades antioxidantes, prevenindo doenças cardiovasculares e inflamatórias, dos sistemas neurológico e imunológico, além de propriedades anticancerígenas e antienvelhecimento.
Melhor forma de consumo -Boa opção para pequenos lanches, no lugar de frutas mais comuns.
Onde encontrar – Lojas de produtos naturais e orientais, na forma de fruta seca, ou em cápsulas nas farmácias de manipulação (a forma in natura ainda é pouco acessível no Brasil).

Farinha de banana verde

A banana é rica em potássio, fósforo, cálcio, sódio e magnésio e vitaminas A, C e do complexo B. Porém, esses nutrientes podem ser mais bem aproveitados pelo organismo humano antes da fase de maturação da fruta. Quando verde, a banana possui ainda alto teor de amido resistente, um carboidrato que não é digerido no estômago e sim no intestino, melhorando o funcionamento da flora intestinal e ajudando na digestão e absorção de nutrientes. Com baixa concentração de açúcares, o alimento pode ser benéfico para os corredores, principalmente para os de longa distância, pois melhora o sistema imunológico — combatendo a produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que diminuem a efetividade das células imunes. Além disso, é um alimento de baixo índice glicêmico, que libera glicose de forma gradual, mantendo os níveis de energia estáveis.
Melhor forma de consumo – Como possui um sabor neutro, pode substituir em parte a farinha de trigo em receitas ou ser adicionada a iogurtes, sucos e vitaminas.
Onde encontrar – Grandes supermercados e lojas de produtos naturais.

 

 

Maca peruana

Com formato parecido com o do rabanete, o tubérculo é originário da Cordilheira dos Andes e muito utilizado em forma de raiz fresca, suco da raiz ou em pó. A maca peruana tem sido foco de pesquisas desde os anos 90, quando foram descobertos alguns dos efeitos positivos do seu consumo no tratamento de doenças cardiovasculares, pressão alta e anemia. É rica em fibras, cálcio e magnésio (essenciais para os ossos e para a contração muscular), ferro, vitaminas do complexo B, vitamina C e ômega-3. Possui também arginina, um aminoácido que melhora a oxigenação dos músculos durante a atividade física. Pesquisas destacam ainda que a ingestão do tubérculo aumenta o desejo sexual e reduz os níveis de estresse e ansiedade, por conta de sua ação sobre o hipotálamo e as glândulas suprarrenais. É considerada também um anti-inflamatório natural, aliviando dores nas articulações.
Melhor forma de consumo – Por seu sabor suave, pode ser adicionada a sucos, vitaminas, iogurtes e receitas que utilizem farináceos.
Onde encontrar – Na maioria das casas de produtos naturais.

Azuki

Originário da China, onde é cultivado há séculos, o feijão-azuki é um alimento que apenas recentemente passou a ser consumido no Brasil. No Japão, onde também é muito popular, é usado em mingaus, sopas, bolos e doces, além de ser comumente misturado com arroz. Érico em fósforo, ferro, potássio, zinco e vitaminas do complexo B. Excelente para corredores, por ser rico em carboidratos — atuando no processo de geração de energia —, e também fonte de proteína: em 100 g de feijão-azuki existem aproximadamente 20 g de proteína,contra apenas 5 g do feijão tradicional.
Melhor forma de consumo – No lugar do feijão comum nas principais refeições ou em sopas.
Onde encontrar – Supermercados e lojas de produtos orientais e naturais.

Cranberry

Nativa dos Estados Unidos, a pequena fruta avermelhada é uma excelente fonte de vitamina, fibras e manganês. Possui três vezes mais vitamina C do que a laranja, além de contar com as do complexo E e K. Está no topo da lista das frutas e vegetais com mais antioxidantes, além de ser benéfica na luta contra infecções urinárias, para a saúde cardiovascular e contar com propriedades anti-inflamatórias. Seus benefícios são maiores quando consumida crua, mas o seu suco ou suplemento (cápsulas) também podem ser boas opções.
Melhor forma de consumo – Por ser rica em carboidratos, é excelente alternativa para antes e depois dos treinos.
Onde encontrar – Seu suco é encontrado em supermercados, enquanto as cápsulas são achadas em lojas de produtos naturais. A fruta inteira ainda é pouco acessível no Brasil.

Alfarroba

Fruto da alfarrobeira, árvore nativa do Mediterrâneo, a alfarroba é uma vagem da qual se extrai a polpa, que é torrada e moída para se obter o pó, semelhante ao cacau. Utilizada pelos egípcios há mais de 5.000 anos, possui alta concentração de aminoácidos, carboidratos, proteínas, vitaminas B, C e E, fibras e minerais, como o cálcio, o fósforo e o ferro. Naturalmente doce e com baixa concentração de gordura, possui uma fibra chamada pectina, que aumenta a saciedade, melhora a digestão e reduz o colesterol ruim (LDL). Nutritivos, os produtos feitos com alfarroba são isentos de lactose, glúten e açúcar e possuem uma enorme quantidade de antioxidantes (superior à do vinho tinto).
Melhor forma de consumo – Substituta saudável de doces. Boa opção para o pré e pós-treino, por conta de seus carboidratos simples.
Onde encontrar – Casas de produtos naturais, em forma de pó,bombons e em barras semelhantes às de chocolate.

Amaranto

O amaranto é um pseudocereal que já representou a base da dieta de civilizações antigas, como os maias, incas e astecas — além de ser considerado um alimento sagrado na época. Possui fósforo, potássio e zinco, além de proteínas de alto valor biológico e cálcio biodisponível (que o organismo consegue absorver em maior quantidade). Com mais ferro do que qualquer outro cereal, o alimento, totalmente livre de glúten, é também fonte de lisina, um aminoácido que atua na formação e manutenção dos tecidos. Sua composição o torna uma ótima opção para atletas, pois auxilia na recuperação e no ganho de massa magra.
Melhor forma de consumo – Suas folhas, flores e caule podem ser consumidos em saladas. Já seus grãos são aproveitados em diversas preparações, como pães, pudins e bolos.
Onde encontrar – Supermercados e lojas de produtos naturais.

Fontes: Vanessa Abreu. Nutricionista especializada em fisiologia do exercício pela Escola Paulista de Medicina, proprietária da Top Nutrição (www.topnutricao.com.br). Flávia Soares. Nutricionista especializada em marketing e gestão comercial pela BSP – Business School São Paulo, é sócia-diretora da allfoods Comunicação e Marketing.

(Matéria publicada pela Revista O2, edição 125, setembro de 2013)