Alimentos Funcionais: os benefícios dos peixes

Atualizado em 06 de setembro de 2018

Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, com barbatanas ou nadadeiras, que respiram através de guelras ou brânquias e tem o corpo coberto por escamas. Dentro do aquário podem ser um bom bichinho de estimação, mas no nosso prato se transformam em alimentos funcionais, com gorduras saudáveis e vitaminas essenciais para o funcionamento adequado do organismo.

O principal desses lipídios é o ômega 3. Ele representa uma família de compostos que não podem ser produzidos pelo organismo humano e que devem ser obtidos por meio da alimentação. Peixes como sardinha, salmão, tilápia, cavala, atum, bonito, olho de boi, arenque e serra, são ricos nessa substância, que, entre outras funções, possui ação anti-inflamatória e melhora o funcionamento de vários órgãos.

Esse tipo de gordura poli-insaturada [ômega 3] é imprescindível para os neurônios, células vermelhas do sangue, da retina (visão), do sistema imunológico (neutrófilos e monócitos) hepáticas e plaquetas. Desta forma, é essencial para manutenção das funções cerebrais normais e o funcionamento visual.” Além disso, o ômega 3 está envolvido na prevenção de doenças do coração, diminui a agregação plaquetária [quando as plaquetas se unem podendo formar espécies de coágulos internos], tem efeito antitrombótico [evita a coagulação do sangue dentro dos vasos], regula o metabolismo de gorduras e reduz triglicerídeos [tipos de gorduras].

O ômega 3, é responsável por compor a estrutura das membranas das nossas células. Assim, ele influência no transporte e na produção de inúmeras substâncias dentro do corpo.

Ele [ômega 3] tem atuação benéfica, minimizando ou prevenindo a produção de fatores inflamatórios, sendo útil para o tratamento de doenças autoimunes, como a psoríase, doenças do coração e arteriais, diabetes, artrite, depressão, estresse, obesidade, asma e acne, além de  modular os níveis de triglicerídeos.

Além do ômega 3, outros peixes como cavala e salmão, possuem uma substância chamada coenzima Q10, que tem ação energética e antioxidante, sendo importante para quem pratica atividade física. No geral, os peixes também são boa fonte de proteína, que, segundo Paola, é um nutriente essencial para a integridade de diversos órgãos, inclusive para evitar a perda de massa muscular.

Os peixes auxiliam a prevenir lesões em articulações e favorecem a produção adequada de energia, uma vez que, tanto o ômega 3 (presente na membrana celular), como a coenzima Q10, favorecem o funcionamento adequado das células.

CUIDADOS DURANTE A PREPARAÇÃO

Peixe fresco

Antes de comprar, verifique se o peixe está livre de contaminantes como, areia, pedaços de metais, plásticos, poeira, combustíveis, sabão, detergentes, ou moscas. Além disso, deve ter:

  • Ausência de manchas, furos ou cortes na superfície.
  • Escamas bem firmes, resistentes, translúcidas (parcialmente transparentes) e brilhantes.
  • Pele úmida, tensa e bem aderida.
  • Os olhos que ocupem toda a cavidade, brilhantes, salientes e sem a presença de pontos brancos ao centro.
  • Membrana que reveste a guelra (opérculo) com estrutura rígida, resistência à sua abertura e a face interna brilhante, com os vasos sanguíneos cheios e fixos.
  • Brânquias com coloração rosada ou vermelho intenso, úmidas e brilhantes, com ausência ou discreta presença de muco (líquido pastoso).
  • Abdômen aderido fortemente aos ossos e com elasticidade marcante.
  • Odor, sabor e cor característicos da espécie que se trata.

Vale lembrar: para melhorar a conservação, o pescado deve ser mantido refrigerado ou sobre uma espessa camada de gelo.

Peixe congelado

É importante verificar se o produto está armazenado na temperatura de conservação informada pelo fabricante na embalagem. Se o pescado não está amolecido ou com acúmulo de líquidos, pois se estiver, pode sinalizar que já passou por um processo de descongelamento.

Peixe salgado seco

Observe se o produto está armazenado em local limpo, protegido de poeira e insetos. Se não há presença de mofo, ovos ou larvas de moscas, manchas escuras ou avermelhadas, limosidade superficial, amolecimento e odor desagradável, pois estes são sinais de que o produto está impróprio para o consumo. Além disso, no rótulo deverá conter a denominação de venda, o prazo de validade, o país de origem e o selo de inspeção federal.

SUGESTÕES DE TEMPERO PARA INTENSIFICAR AS AÇÕES FUNCIONAIS DOS PEIXES

Cúrcuma

Possui ação antioxidante e anti-inflamatória, além de auxiliar na eliminação de toxinas do organismo.

Orégano

Conta com ação antioxidante, digestiva e antifúngica.

Gergelim

Possui ação antioxidante e anti-inflamatória.

Alho

Tem ação anti-inflamatória, auxilia em problemas digestivos, possui benefícios para pacientes hipertensos, além de ser um antibiótico natural. Possui ainda ação antioxidante e ajuda na eliminação de toxinas do organismo. Para intensificar seus benefícios, corte o alho e aguarde alguns minutos antes de utilizá-lo na preparação. Este tempo serve para que suas substâncias benéficas sejam liberadas.

Azeite

Possui ácidos graxos monoinsaturados, que estão associados a ação preventiva para doenças do coração e câncer do aparelho digestivo. Para obter os benefícios do azeite utilize somente na finalização de um prato ou em fogo baixo. O azeite extra virgem nunca poderá ser aquecido, utilize-o apenas para saladas.

Tomate aquecido

Tem a presença de licopeno, composto com ação antioxidante, relacionado a prevenção do câncer de próstata

O ideal é consumir o peixe assado ou cozido, sempre em fogo baixo. Além dessas dicas, a nutricionista ainda fala como deve ser a rotina de consumo e as possíveis contraindicações.

É recomendável consumir peixes três vezes por semana. Em relação a quantidade, o tamanho da porção varia individualmente. Existe contraindicação apenas para as pessoas que tiverem incompatibilidade, ou seja, desenvolverem algum tipo de reação alérgica após o consumo.

(Fonte: Paola Nunes, especialista em nutrição funcional da Super Healthy)