3º dia do Mundial de curta: prata para o Brasil e história feita em Windsor

Atualizado em 09 de dezembro de 2016
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Esperamos até o terceiro dia para ver o que queríamos desde o início do Campeonato Mundial de piscina curta em Windsor, no Canadá: uma medalha para o Brasil e um recorde mundial individual. Além de história sendo feita mais uma vez por Katinka Hosszu.

O Brasil defendia o título do revezamento 4x50m medley misto, com a equipe praticamente igual à de dois anos atrás – Etiene Medeiros, Nicholas Santos e Larissa Oliveira são os mesmos nomes, com Felipe Lima no lugar de Felipe França. E as parciais foram muito parecidas: Etiene abriu para 25s93 no costas, apenas um décimo acima de 2014; Felipe para 25s46 no peito, um centésimo acima de França; Nicholas para 21s93, um décimo acima de seu tempo de dois anos atrás; e Larissa para 24s42 no livre, menos de três décimos acima de 2014. Prova com muita alternância, devido ao Brasil abrir com uma mulher no costas enquanto a maioria abriu com homens. No livre o Brasil liderava, mas foi ultrapassado pelos Estados Unidos, que fechava com Michael Chadwick. No final, prata muito comemorada com 1min37s74. Injeção de ânimo para Etiene e Nicholas, que brigarão pelo ouro nos 50m costas e borboleta, e de motivação para Felipe Lima, que não nadou bem os 100m peito mas teve a melhor parcial no revezamento e mostra que brigará por medalha nos 50m peito.

Com a medalha, o Brasil mantém a tradição: nas últimas oito edições da competição, em apenas uma o país saiu sem pódios.

Chad le Clos celebra seu recorde mundial (foto: Patrick Kraemer)

Chad le Clos celebra seu recorde mundial (foto: Patrick Kraemer)

Ontem vimos um recorde mundial no revezamento 4x50m medley feminino. Mas o primeiro recorde mundial individual veio de maneira espetacular. Com 48s08, Chad le Clos supera seu recorde dos 100m borboleta de 2014 de 48s44. A parcial de ida do sul-africano de 22s59 foi exatamente igual ao do antigo recorde, o que significa que ele melhorou nada menos quase três décimos só na segunda metade da prova. Impressionante. E vimos que ele estava com a barba por fazer e não raspou as axilas, o que pode ter sido a diferença para um possível e inacreditável 47s – que deve sair em breve. Com seu nado submerso, le Clos já pode ser considerado um dos maiores nadadores da história em piscina curta. Talvez o segundo, atrás do americano Ryan Lochte.

Outra que não se cansa de fazer história é a húngara Katinka Hosszu. Ao vencer os 200m costas, alcançou sua 18ª medalha e se tornou a maior medalhista, no feminino, na história da competição. No geral, ainda está um pouco longe de Ryan Lochte, que tem 38 pódios. Mas todas as 18 medalhas de Hosszu são individuais, contra 23 de Lochte – outro recorde que a Dama de Ferro pode buscar nessa competição. Nos 200m costas, ela nem era tão favorita, pois a ucraniana Daryna Zevina venceu cinco etapas na Copa do Mundo, contra quatro da húngara. No final, vitória para Hosszu com 2min00s79, uma marca que Zevina fez melhor duas vezes na Copa do Mundo – é a única na temporada a nadar abaixo de 2 minutos, mas hoje ficou muito longe com 2min02s24 com a prata. Hosszu ainda nadou os 800m livre mas apenas cumpriu tabela na 8ª posição. A vitória ficou com a americana Leah Smith com 8min10s17.

Marco Koch nada os 200m peito (foto: Patrick Kraemer)

Marco Koch nada os 200m peito (foto: Patrick Kraemer)

Nas outras duas finais, quem brilhou nos Jogos Olímpicos não se deu bem. Nos 200m peito masculino, o medalhista presente, Josh Prenot, prata no Rio de Janeiro, terminou com o bronze. Marco Koch, o alemão que é adepto da hipnose como forma de concentração, entrou como favorito absoluto por ser o recordista mundial e por ter vencido os 100m peito ontem, mesmo sem essa última ser sua especialidade. Venceu sem dificuldades com 2min01s21, recorde de campeonato, subindo um degrau em relação à prata de 2014, mas não ficou satisfeito com o tempo – queria o recorde mundial de 2min00s44, que estabeleceu esse ano. De qualquer forma se recupera da decepção olímpica, em que chegou como campeão mundial e favorito e terminou fora do pódio.

Se nos 200m peito masculino o medalhista olímpico não subiu ao pódio, nos 100m livre masculino a australiana Brittany Elmslie negou a vitória para simplesmente as últimas duas campeãs olímpicas da prova: a holandesa Ranomi Kromowidjojo, ouro em 2012, e a canadense Penny Oleksiak, ganhadora em 2016. Após uma ótima saída de Kromowidjojo, Elsmlie teve um grande final de prova e venceu a holandesa nas últimas braçadas. Com 51s81, fica até longe do tempo líder do ranking mundial, da dinamarquesa Jeanette Ottesen (51s58), que decidiu se dedicar a outras provas nesse campeonato.

O terceiro dia foi sem dúvidas o mais empolgante até aqui. E o ritmo tem tudo para se manter nos três dias que restam.