Um dia após o REVEZA 10 eu estive em São Paulo, distante 700 km de Governador Celso Ramos, cidade próxima a Florianópolis, que entre suas maravilhosas praias, nos apresenta a Ilha de Anhatomirim. Encontrei alguns participantes do evento, integrantes da equipe 12ª colocada na prova do dia anterior. Ninguém mencionou cansaço, nem qualquer frustração, apenas entusiasmo, troca de histórias, fotos, experiências e a promessa de em 2010, percorrer novamente os 700 km para participar dessa festa.

E se um amigo, leitor do ativo.com, me perguntasse: “O que fez do REVEZA 10 uma prova tão especial?”. Eu responderia assim: a prova foi disputada por equipes compostas por 10 atletas. Cada integrante nada 1.300 metros, distância de uma volta em torno da ilha. O revezamento é feito numa pequena praia, com a passagem de uma pulseira de controle e ao final das 10 voltas, conhecemos a equipe vencedora e demais colocações.

Até aqui temos uma idéia criativa e uma competição em formato diferente do habitual, mas são os detalhes que fazem a diferença.

Há muito mais integração, pois cada equipe deve ter, obrigatoriamente, três mulheres, duas pessoas com mais de 40 anos e uma com mais de 50. Caso tenha alguém com mais de 60, basta um com mais de 40 e outro com mais de 30. Nem sempre é fácil cumprir os requisitos, então a organização disponibiliza uma espécie de classificados, onde os interessados de diferentes cidades se comunicam e formam uma ou mais equipes: são Os Fominhas. Tudo isso, vai acontecendo vários dias antes da prova e criando um clima bem interessante.

Para chegar até a ilha, os participantes navegam numa escuna, por uma baía paradisíaca, em grande expectativa e alto astral. Na ilha, uma escadaria em mármore de Carrara, um pórtico imponente e uma fortaleza do século XVIII emolduram o cenário. Durante a prova, o organizador Marcos Pinheiro nos conta um pouco da história que se passou ali, há quase 300  anos.

Na disputa, as principais equipes têm apoio de caiaques, importantíssimos para direcionar o melhor caminho e poupar preciosos segundos. A equipe Jacaré I, do Clube Curitibano, que defendia o título conquistado em 2008, se alternou na liderança com a GB Destemidos, da academia Gustavo Borges, que contava com Renato Ramalho e Cassiano Leal, nadadores olímpicos das décadas de 80 e 90. Na última volta, Eduardo Junckes saiu na frente pelo CC, mas foi ultrapassado pelo triatleta Guilherme Manocchio que selou a vitória dos Destemidos.

Na praia, vibração total da equipe da Academia Gustavo Borges, que pela 1ª vez juntou atletas das suas quatro sedes em um mesmo evento. Foram 80 atletas em 8 equipes: seis de Curitiba, uma de Londrina e uma de São Paulo. Os paulistanos se inscreveram como GB no pelo, já que seus atletas foram os únicos a enfrentar os 19oC da água, sem roupa de neoprene.
Foi uma iniciativa de apoio a Luciana Mesquita, que se prepara para atravessar o Canal da Mancha no fim de julho. Lá a água é mais fria e o uso de roupa não é permitido. Ela abriu o revezamento e aproveitou para nadar 12 voltas ininterruptas, totalizando 15,6 km. 
Havia outro obstinado na prova: Mario Maddalozzo se inscreveu sozinho, nadou 10 voltas em mais uma etapa de sua preparação para disputar o Ultraman.

A premiação ocorreu na escadaria em frente ao pórtico e coroando o grande evento. No retorno de escuna, muita descontração e a unânime vontade de voltar.

Em 2.006 o REVEZA 10 teve 6 equipes participantes em sua 1ª edição. O número vem crescendo sem parar e a prova vai se tornando tradicional. Nesta edição foram 28 equipes.

Informe-se em WWW.travessias.com , veja fotos em WWW.academiagb.com.br , monte sua equipe e ano que vem a gente se vê em Anhatomirim.