Recorde mais antigo do país pode cair neste sábado

Atualizado em 27 de julho de 2016

O recorde mais antigo da natação brasileira, e não somente isso, o recorde mais antigo de todos os esportes olímpicos no país pode estar prestes a cair, depois de 29 anos. O dono do recorde é o nadador Djan Madruga, que em 9 de abril de 1980, em uma prova em Austin, nos Estados Unidos, conquistou a melhor marca nos 800m livre masculino, com o tempo de 7m59s85. Neste mesmo ano, Djan ganharia a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Moscou no 4x200m livre, com Ciro Delgado, Marcus Matioli e Jorge Fernandes.

Neste sábado será disputada nas finais da quarta etapa do Troféu Maria Lenk e Djan Madruga já está se preparando para perder seu posto. “Acompanhei a prova de 1500m livre masculino e estou assistindo, aliás com muita felicidade, o excelente nível técnico deste Troféu. Acho que o recorde está por um fio”, afirmou.

Nos 1500m livre, Luiz Rogério Arapiraca, da Unisanta, fez 15m15s94 e bateu o recorde brasileiro de Luiz Lima que já durava 11 anos. “Desde pequeno eu sempre nadei e gostei dos 800m livre. É uma prova que me enche os olhos.  Me preparei para ela de forma especial e até assisti a vídeos do Djan nadando. Esse recorde está na minha cabeça, na minha mira e tomara que seja aqui”, disse Arapiraca.

Para Madruga, alguns limites na natação são muito mais psicológicos que físicos. Para ele, nadar abaixo de oito minutos nos 800m livre, para grande parte dos atletas continua sendo um obstáculo mental.

“Na época em que fiz o recorde, ultrapassar os oito minutos era uma barreira muito mais psicológica que física. Só eu e o Salnikov (russo Vladmir Salnikov), que era o recordista mundial nadávamos em sete minutos. Acho que os recordes têm que ser quebrados, pois mostra a evolução. A natação de fundo brasileira estava parada no tempo, congelada, e isso não foi bom. Parece que agora este tempo está prestes a cair e espero que, assim como o estilo peito, que ganhou novo ânimo no país, os fundistas possam também crescer – explicou Djan.

Para o ex-nadador, os novos trajes facilitam na corrida contra o cronômetro. Segundo ele, está acontecendo com a natação o que já ocorreu com outras modalidades, como o atletismo e o triathlon.

“Eu pratiquei triathlon depois que parei de nadar. Claro que o equipamento faz diferença. Bons atletas que estão competindo com tênis e bicicletas com baixa tecnologia não tem chances perto dos que usam os materiais mais modernos. Isso faz parte da evolução de todos os esportes”, opinou.

Em 1995, Luiz Lima superou o recorde de Djan Madruga nos 1500m livre, de 1976. Ele também está na expectativa da queda do recorde dos 800m livre.

“Até 2008, o Alexander Popov tinha o primeiro tempo da história nos 50m livre. Em um ano, ele passou para 25º. Isto mostra como as coisas podem mudar de repente no esporte, mesmo que estejam vigorando por muito tempo. Nunca vi a natação brasileira tão forte. Hoje temos atletas excelentes em todos os estilos. Quando bati o recorde dos 1500m, a marca tinha 19 anos, ou seja, não chegou a 20. Será que o dos 800m também cairá nos 29, ou seja, não chegará aos 30? “, perguntou Luiz.