O retorno do campeão

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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No dia 9 de agosto de 2015 a Kazan Arena estava perplexa e surpresa. A raia 2 da grande final dos 1500m livre estava vazia. Favorito para conquistar mais uma medalha de ouro, Sun Yang havia sumido e ninguém sabia onde o campeão olímpico estava. O chinês já havia vencido os 400m e 800m livre e cairia na água no último dia do Mundial de Kazan para defender seu título na prova mais longa da natação. Porém, ele não compareceu e o italiano Gregorio Paltrenieri ficou com o ouro.

Alguns boatos sobre sua ausência surgiram na piscina em Kazan. Uma suposta briga com a brasileira Larissa Oliveira na piscina de aquecimento durante as eliminatórias foi um deles. Um ataque de fúria no vestiário que terminou com armários quebrados foi outro. Porém, foi o próprio Yang quem contou o que aconteceu. Após sentir-se mal na piscina de soltura ele resolveu não disputar a final e não comunicou ninguém. O chinês havia sido punido por doping no ano anterior por uso de remédios controlados para problemas cardíacos.

Após o Mundial Yang sofreu um acidente que resultou em uma fratura no pé direito que o deixou de molho por meses e o impediu de nadar o Campeonato Chinês, que foi seletiva olímpica de seu país. Enquanto outros fundistas como Paltrinieri, Mack Horton e Gabrielle Detti tiveram bons resultados nesta temporada, as chances de Yang ir ao pódio no Rio eram colocadas em cheque. Mas as opiniões negativas poderão mudar após sua performance no Grand Prix de Santa Clara nesse fim de semana.

 

Sun Yang celebra vitória em Kazan – Foto: Michael Sohn/Associated Press

Sun Yang espera celebrar no também no Rio-2016 – Foto: Michael Sohn/Associated Press

 

Mesmo estando muito tempo parado Yang deu mostras de recuperação e de que esta na luta por medalhas. Inscrito para nadar três provas, ele só desistiu dos 1500m livre. Porém, seu desempenho nos 200m e 400m livre foram muito bons. Nos 200m ele estabeleceu o melhor tempo do mundo em 2016: 1min44s82, marca que lhe credencia como candidato ao pódio olímpico numa das provas mais imprevisíveis dos Jogos. Já nos 400m livre ele nadou apenas as eliminatórias e fez 3min43s55, segundo melhor tempo do ano e que já começa a fazer sobra ao australiano Horton, grande favorito ao ouro.

Tido como uma incógnita devido as poucas competições disputadas desde Kazan, Yang mostrou ao mundo neste fim de semana que ainda está em boa forma e que pode fazer uma ótima Olimpíada no Rio de Janeiro. Os resultados em Santa Clara só colocam mais expectativa para que estes Jogos sejam épicos, algo que para nós fãs da modalidade será perfeito.

Por Guilherme Freitas