Projeto verão sem canga

Atualizado em 05 de agosto de 2016

Por Gabriela Capo

Todo fim de ano, a história se repete. Na busca pelo corpo perfeito, as mulheres, em ritmo quase frenético, se exercitam e abusam das saladas e barrinhas de cereal para des lar com corpos perfeitos no verão. A quantidade de matrículas em academias explode e a procura por dietas emagrecedoras, também. Porém, o problema começa aí: o excesso de exercícios físicos somado a uma alimentação insu ciente pode gerar danos irreversíveis ao organismo, além de excluir a possibilidade de ter o corpo perfeito. Dietas milagrosas não existem, muito menos uma série de exercícios que esculpa seu corpo em pouco tempo. Em vez de substituir refeições por shakes, busque ajuda de um pro ssional que indicará os alimentos adequados à sua necessidade. Perda de peso deve ser consequência de reeducação alimentar.

O excesso de exercícios físicos também é prejudicial. Nada de intensi car os treinos achando que o efeito será mais rápido, pois só resultará em overtraining. Como sintomas, apresenta o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, insônia, irritabilidade e queda do sistema imunológico. As consequências são lesões e traumas, como tendinites e fraturas por estresse.

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Easy come, easy go
Quando a pessoa come pouco e se exercita muito, o que perde não é gordura, e sim músculo, água e nutrientes. “É prejudicial ao organismo, pois a perda muscular pode induzir o corpo ao hipotireoidismo por falta de tecido”, explica Fernando Pessoa, professor da Race Consultoria Esportiva. O exercício físico solicita do corpo energia. Portanto, os desgastes musculares só serão repostos se houver ingestão de carboidratos, proteínas e muito líquido.

Um dos piores problemas que pode acontecer entre mulheres é a “tríade da mulher atleta”, uma desordem na alimentação que resulta em amenorreia (falta do ciclo menstrual) e osteoporose (perda de massa óssea), além da própria de ciência de nutrientes. Há também o distúrbio da anorexia nervosa (drástica redução alimentar) e a bulimia: quando a pessoa, arrependida do que come, força o vômito. A nutricionista Weruska Barrios a rma que exercícios físicos são muito mais e cazes se somados a uma dieta equilibrada. “Não adianta correr 10 km e depois se empanturrar de doces ou frituras.”

Para alcançar o corpo ideal sem deixar de lado a saúde, valem algumas dicas: exercitar-se no máximo cinco vezes por semana, descansar — que também faz parte do exercício —, intercalar sequências aeróbias e anaeróbias e manter uma dieta equilibrada, sem radicalismo.

Cuidado com o excesso de exercícios!
O overtraining não é sinônimo de saúde. Quando você se exercita muito, é essencial que dê ao corpo um tempo de descanso para que os músculos se recuperem do desgaste físico. Lembre-se de que seu corpo não melhorará em apenas um mês de atividades físicas constantes.

10 mandamentos de uma alimentação saudável

1. Faça pelo menos três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por pequenos lanches.

2. Mastigue bem os alimentos. Faça as refeições em local agradável e tranquilo. Dê atenção ao que você come!

3. Prefira alimentos integrais, ricos em fibras.

4. Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes diariamente nas refeições, pois contribuem para a proteção à saúde e a diminuição do risco de ocorrência de várias doenças.

5. As oleaginosas como as castanhas e sementes são alimentos ricos em gorduras boas e contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares.

6. Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na alimentação. Devem ser preferencialmente desnatados, para os adultos, e integrais para crianças, adolescentes e gestantes.

7, O consumo frequente e em grande quantidade de gorduras e açúcar aumenta o risco de doenças como obesidade e diabetes.

8. Atenção ao consumo diário de sal: em excesso, pode desencadear a hipertensão arterial.

9. O consumo de sal diário deve ser no máximo de 5 g/dia (1 colher rasa de chá por pessoa). Essa quantidade é suficiente para atender às necessidades de iodo.

10. Ingerir no mínimo 2 litros de água por dia (6 a 8 copos), preferencialmente entre as refeições. Essa quantidade pode variar de acordo com a atividade física e com a temperatura do ambiente.

(Fontes: Dr. Mauro César Mattos e Dinato, formado em medicina pela USP, ortopedista especialista em medicina do esporte e cirurgia do pé e tornozelo pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte – SBMEE, e médico do Instituto Vita)

(Matéria publicada na Revista O2 – edição #104 – dezembro de 2011)