Câncer de mama: origem descoberta

Atualizado em 11 de outubro de 2017
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Os cientistas David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Câncer em Vancouver, no Canadá, afirmam ter descoberto a origem do câncer de mama.

Em um estudo publicado na revista Stem Cell Reports, os pesquisadores explicam que todas as mulheres possuem, nos ductos mamários, uma classe particular de células-mãe com telômeros extremamente curtos, que formam as extremidades do cromossomo.

Durante as análises, os cientistas perceberam que os cromossomos com as extremidades pequenas fazem com que as células fiquem propensas a sofrer mutações, o que no futuro pode desenvolver o câncer.

A pesquisa se deu em mulheres normais que doaram seus tecidos após terem se submetido a uma operação de redução de seios por motivos estéticos.

A ocorrência do câncer de mama se concentra, na maioria das vezes, nos ductos que levam o leite da glândula mamária até o mamilo. Mas o porquê dessa forte incidência era desconhecido. A presença dos telômeros foi apontada como a fonte da doença.

“O que procurávamos eram possíveis vulnerabilidades em células normais que fizeram com que se tornassem malignas”, explicou Gilley em entrevista à BBC Mundo.

De acordo com os cientistas, o câncer se origina em células finais, que são divisões das células-mães. Quando os telômeros dessas células perdem sua função de manter a estrutura do cromossomo, evitando que as extremidades se juntem ou combinem com outros, ocorre um desbalanceamento do ciclo celular. O funcionamento irregular é que gera a célula maligna.

Todas as mulheres possuem células com telômeros curtos, mas nem todas desenvolvem o câncer de mama. A pesquisa, segundo os estudiosos, serve para entender o que está por trás do aparecimento da doença e estabelecer novos parâmetros de monitoramento e exames nas mulheres.

“O que tentamos fazer foi olhar o câncer de uma forma distinta, nos focando em como começa. Porque uma vez que o tumor se desenvolve, particularmente em alguns tipos de câncer de mama, não há muito o que se pode fazer”, explica Gilley à BBC Mundo.