Uma regata que é exemplo de companherismo no mar

Atualizado em 20 de abril de 2016
Mais em Mais Esportes

A 22ª edição da Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (REFENO) teve largada no dia 25 de setembro na parte da tarde. Os veleiros começaram a chegar aproximadamente 22 horas após a partida de Recife rumo ao paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha.

O Fita Azul, primeiro veleiro a chegar neste grande desafio, foi o trimarã pernambucano Ave Rara, que com 22:45:03 cruzou a linha de chegada após 300 milhas náuticas navegadas numa das condições mais adversas já encontradas durante todas as edições da REFENO.

O veleiro Montecristo foi o primeiro monocasco a cruzar a linha de chegada com 30:47:20 de travessia. Porém, a festa não é feita apenas pelos barcos mais rápidos e profissionais. O veleiro escola Mistralis, chegou na Ilha com aproximadamente 54 horas de prova. 

A REFENO é um exemplo de companheirismo no mar, onde durante todo o percurso se escuta no rádio VHF notícias dos participantes, trocando posição, informações importantes e até mesmo ajudando a fazer a ponte com a marinha para algum resgate ou auxilio de emergência. É uma verdade confraternização da vela de cruzeiro.

Com ventos predominantes de SE/E acima dos 20 nós, o percurso foi duro com ondas altas, acima de 3 metros. Tornando uma viagem cansativa e muito molhada para quem fazia seu turno no convés. Além disso, o balanço tornava difícil a preparação de alimentos e o descanso. Foram de dois a três dias de trabalho duro para os participantes.

A chegada na ilha é esperada por todos os tripulantes, não só pela sua beleza, mas pelo descanso merecido que não durou muito. Já no dia 30 de setembro muitos veleiros já retornaram a Recife e outros largaram na regata Noronha – Natal no dia 2 de outubro, dando continuidade a uma rotina pouco conhecida dos velejadores de cruzeiro do Brasil.

*Karen Riecken é Profissional do marketing, velejadora e instrutora da Mistralis Treinamentos Experienciais a Vela.