Travessia do Atlântico Sul feita por Amyr Klink faz 30 anos

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Há 30 anos, mais precisamente no dia 10 de junho de 1984, o até então desconhecido Amyr Klink, partiu de um porto na Namíbia, no sul da África, para um desafio jamais enfrentado por nenhum homem (ou mulher) do planeta. Ele zarpou solitário, abordo de um barco a remo de menos de seis metros de comprimento, com pouco mais de uma tonelada. E após cem dias e seis horas desbravando o sul do Oceano Atlântico, o navegador brasileiro chegou à Praia da Espera, no litoral da Bahia, e se transformou em um verdadeiro heroi nacional. A partir daí, já liderou dezenas de expedições à Antártica, duas voltas ao mundo e a longa viagem, mostratada no livro Cem Dias entre Céu e o Mar, que permanece viva na memória de todos.

Em entrevista à Revista Náutica, Amyr Klink disse que a travessia de remo do Atlântico Sul fascina tanto as pessoas, talvez, pelo fato de ser algo inédito. Além disso, segundo o navegador, foram 3,7 mil milhas a remo sem GPS e telefonia celular, que o obrigou a estudar as correntes marítimas e o clima de forma minuciosa.

O navegador conta que, após ter ido tantas vezes para Antártica, remar no Atlântico não foi uma tarefa muito difícil. A princípio, parecia assustadora devido ao tamanho do barco, mas, segundo Klink, após remar 10 horas diariamente tudo saiu bem e foi menos desgastante do que tocar um veleiro de 60 pés sozinho, em uma volta ao mundo.

Mas o caminho do navegador não foi tão simples quanto pareceu. Klink relata que, ainda em terra, teve que enfrentar muita burocracia em sua chegada à África. E, logo no início da travessia, passou por uma turbulenta corrente que o levou a capotar três vezes em alto mar. Mas no fim tudo deu certo e ele foi o primeiro e único a atravessar sozinho o Atlântico Sul a remo.Título que pode não durar por muito tempo, pois, de acordo com o navegador, dois brasileiros e um norte-americano estão se preparando para repetir a proeza.

Quando questionado pelo repórter Gilberto Ungaretti se faria tudo de novo, Klink revelou que o conhecimento do próprio barco e a confiança ganha no decorrer da jornada foram uma das melhores experiências no mar de sua vida. Tanto que, no final da aventura, ficou tão triste que não queria desembarcar.