Polêmicas e conflitos acompanham a tocha olímpica

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Os Jogos Olímpicos trazem a idéia de difusão da paz através do esporte e da saúde, mas, estão ligados às vezes a conflitos, por tudo o que representam em termos de união e pela gigantesca capacidade de mobilização popular. A união dos povos que competem educadamente é representada pela tocha olímpica que, partindo da sede dos últimos jogos, percorre o mundo antes de chegar à cerimônia de abertura da próxima olimpíada, no caso Pequim.

Atacar o símbolo é confrontar o que ele representa, ou quem não cumpre os requisitos para representá-lo. Daí tanto alarde por onde passa a tocha olímpica. Desta vez, a sede das Olimpíadas será um país que tem um partido único, que monitora as comunicações, reprime dissidentes e, entre outras coisas, é uma dos maiores poluidores do mundo.

O que tem causado as grandes manifestações envolvendo a tocha e os jogos é a repressão aos monges tibetanos, que anseiam pela libertação do Tibete do domínio chinês. Outra coisa que tem levantado discussões na comunidade internacional é o anúncio que o governo chinês agiria com mão de ferro na condução dos jogos, por exemplo, com censura às imagens para as TVs internacionais.  Ao menos por enquanto, por exemplo, repórteres internacionais estão proibidos de filmarem ao vivo na Praça Tiananmen, conhecida como Praça da Paz Celestial.

Se as Olimpíadas são o palco de batalha pacífica, nada melhor do que elas para a manifestação de descontentamento com o anúncio de que as transmissões televisivas terão um atraso de nove segundos, o suficiente para o governo chinês cortar as imagens. A olimpíada de Pequim acabou sendo o mote ideal também para o pedido de desocupação do Tibet, território ocupado pelo qual o governo chinês garante que passará a tocha olímpica nos dias 20 e 21 de julho.

Por conta do conflito entre China e Tibete, as manifestações a favor deste último tomaram conta de toda a Europa e dos EUA, com a participação de atores de Hollywood e do prêmio Nobel da paz Desmond Tuto. E mais manifestações são aguardadas por onde passar a tocha, como a Argentina, onde ela chegou nesta sexta. Buenos Aires será a única cidade latina que receberá a tocha, mas terá os jogadores de vôlei Emanuel e Ricardo como representantes do Brasil na condução do símbolo.

Será que pode haver boicote a um evento realizado num país que movimenta a economia mundial, como houve em Moscou em 1980? Ao que parece, haverá apenas manifestações, diplomáticas ou não, às ações do governo chinês, porém, preservando um dos maiores eventos da humanidade.