Nunca é tarde para começar um esporte

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Nunca é tarde para começar um esporte. É o que garantem com convicção os dois colunistas do ativo.com e atletas “maduros”, Romualdo Kubiak e Arnaldo Mirandola de Farias, o Professor Arnaldo. Hoje fontes de inspiração para triatletas e ciclistas, as histórias desses dois esportistas inveterados que já passaram dos cinqüenta anos mostram como a atividade física pode transformar uma vida, não somente em termos de saúde, mas agregando amigos, uma nova rotina, e mais importante, mudando as perspectivas de vida.

“Atividades ao ar livre ou em grupos ajudam conhecer novas pessoas e fazer amigos. Muitos grupos de amigos se formam nas aulas de dança, na academia e até na caminhada no parque”, confirma a psicóloga esportiva Daniela Szenészi. Com os devidos cuidados antes de iniciar uma atividade, como um bom check-up médico, a idade não representa nenhum empecilho para o esporte. E a descoberta do prazer de um esporte pode vir lentamente, mas uma vez descoberto não tem mais volta, como garantem os dois.

O Professor Arnaldo conta que aos 27 anos comprou uma bicicleta de “quinta mão”, com a qual pedalava com amigos de final de semana, mas com o tempo foi encostando a bike e tornou-se sedentário por 20 anos. Aos 49 anos percebeu que não poderia continuar daquela maneira.

“Eu estava caminhando para a morte, estava com depressão por conta dos meus negócios que não iam bem, pensava que a vida não tinha significado algum. Um dia vendo tv olhei minha imagem refletida na tela, e o que visualizei foi um cadáver, um homem gordo, velho de cabelo branco. Decidi que não queria mais ser daquele jeito”, relembra. Quem vê ou encontra ele competindo nas grandes prova de MTB do país, praticamente todo final de semana, não pode imaginar essa cena.

Arnaldo começou sozinho o processo de reeducação alimentar, “não era o mais adequado, mas eu sempre li muito, então tinha as informações básicas”, diz. Seis meses depois retomou seu vinculo de 20 anos atrás com a bike, e desta vez comprou uma de segunda mão. “Eu achava que era uma maravilha, mas era um trambolho”, diverte-se. “Daí eu comecei pedalar com vários grupos de bikers e a fazer pequenas viagens. Descobri um mundo novo, descobri inclusive a natureza, que eu via como ameaça”, relata.

E foi sem a mínima condição física que ele caiu em sua primeira competição. “Tinha na época uma bike free ride inadequada. Em 2004, eu participei do Bigbiker e fiz os 100 km em 9h50mim, com uma mochila de 30 litros nas costas. Peguei sexto lugar e achei que já era atleta, o que não era verdade, claro”, relembra rindo. “Mais daí em diante, com aquela sensação de me sentir atleta comecei fazer muitas viagens de bike, como o Caminho da Fé, o Aconcágua dos ciclistas”.

Hoje com 54 anos, Arnaldo ainda escreve sobre o esporte que ama, e é uma figura popular entre os ciclistas. Atualmente, Arnaldo consegue pedalar cerca de 1300 km em uma semana. Nos finais de semana, faça chuva ou sol, ele está em alguma competição e diz que o pódio é uma das coisas mais deliciosas. “É um momento de satisfação pessoal”.

“Houve uma revolução nas minhas fotos. Se pegar uma foto minha de 10 anos atrás vejo que parecia meu avô! O esporte me dá uma imensa qualidade de vida, você faz amigos. Meu ânimo é de um garoto de 20 anos. Quem pratica esporte não tem mais tempo para depressão, a vida tem um tom mais azul”.

Para Kubiak (foto acima), a preocupação com a saúde foi uma das razões que o levaram a praticar esporte. “Havia recomendação médica de que eu não deveria ter um “abdome avantajado” para não comprometer ainda mais as três hérnias de disco”, conta. A vida de triatleta começou aos 45 anos, em 1991, e nesses 17 anos ele diz que já “rodou”, quase 120 mil quilômetros entre natação, ciclismo e corridas, participando de mais de 200 competições, sendo nove delas na distância “ironman”, ou seja, 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 de corrida.  

Kubiak enumera facilmente os benefícios da sua alteração de rumo. “As mudanças em minha vida foram radicais. Primeiro por ter me proporcionado essa vida saudável, confirmada por todos os médicos e testes realizados; segundo pelas amizades que tenho feito no Brasil e no mundo; terceiro pelos patrocínios que me proporcionam participar das provas internacionais e conhecer países e culturas que antes eu nem sonhava poder visitar e, finalmente, com a experiência adquirida, poder contar minha história e motivar as pessoas a praticarem atividade física através de palestras, gratuitas, que meu patrocinador, os Poliaminoácidos Forten me dispõem”, relata.

“As competições também são elementos altamente motivadores em termos mentais, pois, veja meu exemplo: acabo de ficar em segundo lugar na primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Triathlon Olímpico e, como temos ainda duas etapas para serem realizadas, estou com a maior “gana” de treinar ainda mais forte para, ganhando as duas etapas seguintes, conquistar o Campeonato”, afirma Kubiak.  

O triatleta tardio diz que não se vê mais longe do triathlon, pois ele tem lhe dado saúde, alegria e uma ocupação, já que está aposentado. Porém, ressalta que não é daqueles viciados nem no triathlon nem em qualquer outra atividade. “Sei quando é hora de treinar, de descansar; quando alguma contusão me obriga a ficar inativo aproveito para descansar, me recuperar dos treinos e provas e fazer outras coisas que também me são importantes, como a música, pois fui, na adolescência e, mais recentemente há dois ou três anos, e, mais recentemente há dois ou três anos, vocalista de bandas de rock”.

Kubiak acredita que seu exemplo, do professor Arnaldo, e de tantos que praticam outros esportes são razões para que as pessoas se sintam motivadas a praticar alguma atividade. “O ser humano não pode viver saudavelmente sem esse cuidado básico; a atividade física é essencial ao bom funcionamento do nosso organismo. O importante é adequar a prática às atuais condições físicas com consulta a um médico especialista, começar devagar, pois muitos querem “recuperar” o tempo perdido e cometem excessos, alimentar-se e hidratar-se adequadamente e para isso existem os (as) nutricionistas e, finalmente, seguir uma planilha bem elaborada por um técnico competente para evitar as lesões, muito comuns em treinamentos mal direcionados”. Está dada a dica para o surgimento de novos atletas.