José Rubens D'Elia: a corrida psicofísica

Atualizado em 20 de abril de 2016
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A prática da corrida é uma das mais simples de serem praticadas. No entanto, existem detalhes que podem fazer a diferença nas suas passadas.

Há algum tempo observo os atletas e amadores que correm comigo e como ficava sua postura corporal diante de uma incógnita: a sua mente. Quando seu corpo está em atividade, por onde estão suas emoções e pensamentos?

Quando estamos prestando atenção no que fazemos, melhoramos o uso de nós mesmos. Para isso, existe uma técnica que utilizo no dia-a-dia:

Primeiro faço uma análise das pessoas em situações distintas, paradas, conversando, depois faço análise da postura em diferentes situações.

Nos 10 minutos de aquecimento, não levo em consideração. É o tempo que a pessoa precisa para entrar na corrida mental. Começo então a observar a postura. Normalmente observo se a cabeça está muito a frente e a primeira dica é que reposicione essa cabeça com o pescoço, mantendo-o algumas vezes, durante a corrida, alongando para cima, mais ou menos 10 segundos, como se estivesse saindo do pescoço. Durante uma corrida repetir esse alongamento por 3x.

Com isso já consigo um alinhamento postural e uma predisposição ao imput de técnicas que podem ser aproveitadas durante a corrida, para o desenvolvimento da auto-estima, da concentração e da motivação.

Normalmente se você corre com frequência um dos treinos semanais pose ser feito numa pista, num estádio e ainda, se quiser um apoio ou pressão, pode imaginar a presença de um público.

Às vésperas de um evento importante, os corredores adotam a corrida mental para alinhar seus objetivos incorporando antecipadamente situações prováveis do acontecimento.

Nesse treino cada um fica livre para implementar com técnicas simples de afirmação ou ancorando-se em acontecimentos, bem sucedidos, similares do passado.

Esse trabalho realizo com o velejador Robert Scheidt e pilotos como Christian Fittipaldi, Mário Haberfeld, etc.

A essência da corrida mental está na postura primordial da técnica de Alexander e na reestruturação da anatomia emocional, a partir do pressuposto que se gerarmos momentos de pausa produtiva durante a corrida, pensando em nossa postura e percebendo nossas emoções podemos evoluir de forma natural.

Boa corrida!