Ingleses vencem Mundial de Star no Rio

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Os ingleses Iain Percy e Andrew Simpson, atuais campeões olímpicos, conquistaram nesta quinta-feira o título do Campeonato Mundial de Star, que teve sede no Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ). Eles terminaram a Regata Banco do Brasil, que encerrou a competição, em 18º lugar, que foi descartado, totalizando 20 pontos perdidos.

Os suíços Flavio Marazzi e Enrico De Maria, líderes do ranking mundial da Federação Internacional de Vela, ficaram em 12º lugar na regata, somando 29 pontos, garantindo a prata, enquanto os brasileiros Torben Grael e Marcelo Ferreira chegaram em terceiro e conquistaram a medalha de bronze, com 39 pontos.

A campanha dos britânicos foi extremamente regular e por muito pouco já não haviam assegurado o título por antecipação na quarta-feira. Com a conquista, Iain Percy entra para o seleto grupo dos bicampeões mundiais da classe. Ele ganhou o primeiro título em 2002, na Marina Del Rey, nos Estados Unidos, quando competiu ao lado de Steven Mitchell.

Percy e Simpson chegaram de maneira triunfal ao clube. Eles deram uma volta velejando na área de desembarque do píer e foram aplaudidos pelos outros concorrentes, dirigentes, jornalistas e sócios do Iate Clube. Desceram as velas e estouraram um champanhe para comemorar. “Foi um dia muito difícil. As condições não foram boas e nada deu certo. Só tenho de agradecer ao Andrew, que foi incrível. Em regatas de pouco vento, o proeiro é responsável por mais de 90% da velocidade”, comentou.

“Meu primeiro título Mundial foi em 2002. Já são oito anos. Então resolvi fazer algumas mudanças e agora velejo com Andrew, que conheço há 25 anos. Somos amigos desde pequenos. A sensação de conquistar o Mundial com o melhor amigo é indescritível”, disse o campeão, ainda aborrecido com a atuação na última regata. “Foi um dia muito frustrante.”

A última regata da competição, que reuniu 73 barcos de 19 países, teve os norte-americanos Mark Mendelblatt e John Von Schwarz como vencedores, seguidos dos alemães Alexander Schlonski e Frithjof Kleen.

Este foi o melhor resultado do Brasil no Mundial de Star, colocando quatro duplas entre as dez primeiras. Torben e Marcelo terminaram em terceiro, seguidos de Lars Grael e Ronald Seifert e de Alan Adler e Guilherme de Almeida. Robert Scheidt e Bruno Prada ficaram na nona colocação.

Torben e Marcelo comemoraram muito o bronze. “Estamos supercontentes porque o objetivo era ficar entre os dez e ficar em terceiro foi ótimo”, disse Torben, que ganhou a sua nona medalha em Mundiais. “Treinamos muito pouco para o torneio e fomos crescendo aos poucos na competição. Vamos continuar andando de Star até a Pré-Olímpica de Brasília, em fevereiro, e talvez em Miami na Bacardi Cup.”

Marcelo Ferreira, que perdeu 17 quilos nos últimos dois meses, lembrou que esta competição foi de paciência. “A gente sabia dos nossos limites e, como conseguimos acertar a velejada, demos um gás a mais e garantimos um bom resultado para a turma da terceira idade”, brincou o proeiro, que ganhou a décima medalha em Mundiais. “Fomos bronze no Mundial do Rio em 96 e conseguimos repetir o resultado 13 anos depois. Isso não é brincadeira. Apesar do resultado, erramos ainda um pouco. Tenho certeza de que o barco ficou um pouco chateado com a gente.”

Lars Grael e Ronald Seifert também gostaram do quarto lugar no geral. “Fizemos uma regata muito boa e chegamos a estar na liderança. No último trecho, quando erramos a boia, fomos ultrapassados por três barcos e terminamos a regata em quinto lugar”, comentou. “De qualquer forma, ficamos entre os cinco primeiros e atingimos o nosso objetivo.”

Robert Scheidt e Bruno Prada, que também brigavam pelo bronze, fizeram uma regata irregular, terminando na 32ª posição. “Fizemos um torneio inconstante, com três provas boas e três ruins. Na de hoje (quinta-feira), investi num lado errado da raia e acabei perdendo muitas posições. Depois ficou impossível a recuperação”, afirmou o vice-campeão olímpico na China.

A regata teve novamente 10,5 milhas náuticas (cerca de 19,4 km), com três trechos no contravento e dois no popa. Os ventos rondados variaram de 6 a 8 nós – e de direção – de Sueste para Sudoeste. Com isso, houve uma alternância muito grande de posição, com alguns barcos ganhando muitas posições e outro perdendo espaço. Em dois trechos, Torben Grael, por exemplo, conseguiu ganhar 15 lugares – passando do 20º para o 5º. Já os suíços, que passaram a segunda boia em segundo, completaram a prova em 12º.

Na categoria Grand Máster, Gastão Bruno, de 65 anos, foi o campeão ao lado de Gustavo Kunze. A dupla teminou em 16º lugar no geral, com 73 pontos.

A comissão de regata teve muito trabalho por causa dos ventos rondados e teve de alterar a raia várias vezes. Nenhum dos cinco trechos foi igual. Já a largada, ao contrário dos dois últimos dias, foi tranqüila. Os árbitros precisaram de apenas uma tentativa para dar o sinal de partida. Mesmo assim, três duplas foram desqualificadas por queimarem a saída: as brasileiras Alan Adler/Guilherme de Almeida e Fábio Bodra/Artur Lopes e a francesa Xavier Rohart/Pierre Ponsot.

Alan Adler estava em terceiro lugar na classificação geral do Mundial e brigava pelo pódio. “Tentamos fazer uma largada mais agressiva e acabamos queimando. Foi uma pena. Na metade da primeira perna, estávamos em quinto, mas voando. Chegamos à boia em primeiro, quando fomos avisados da desclassifcação.”

A quinta-feira foi novamente de muito sol e calor de 35 graus no Rio de Janeiro. A raia foi montada entre a ilha do Pai e da Mãe e a ilha Rasa. A festa de encerramento do Mundial e a entrega dos prêmios serão nesta sexta-feira, a partir das 20 horas, no Salão da Piscina do Iate Clube do Rio de Janeiro.

 

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