Idosos que praticam alguma atividade física podem ampliar a eficácia da vacina contra gripe, indica uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).  De acordo com o estudo, a produção de anticorpos na população de terceira idade ativa pode ser até três vezes maior do que a dos sedentários.

O imunologista André Bachi, responsável pela pesquisa, partiu de um levantamento anterior que apontava que a eficácia da vacina em adultos era de 90% e em idosos de 50%. O pesquisador quis então identificar o fator preponderante para essa diferença e o que fazer para alterar esse cenário.

Durante dois anos, o estudo acompanhou 110 voluntários idosos divididos em três grupos: os que já praticavam atividade física, os que estavam começando a praticar e os assumidamente sedentários.

Os voluntários receberam a vacina contra gripe e, trinta dias após a dose, tiveram amostras de sangue recolhidas. O primeiro resultado mostrou que os idosos ativos tinham até 200% mais anticorpos do que os recém-iniciados e sedentários.

No entanto, com o passar do tempo e prática regular de exercício físico, os novos atletas conseguiram aumentar a taxa de anticorpos. Quatro meses após a primeira medição, o grupo já apresentou uma produção de anticorpos 50% maior. Com um ano de atividade física, a taxa foi igualada aos dos que sempre foram ativos.

“No envelhecimento, há uma diminuição da resposta do sistema imunológico. A vacina continua sendo importante porque é uma estratégia para reestimular o sistema imune, mantê-lo funcionando. Mas não é em todo mundo que isso vai dar certo. Em média para a população, a cada cem idosos, metade estará protegida”, explica o pesquisador, reafirmando que a combinação exercício físico e vacina é a melhor forma para manter o idoso longe da doença.

“O mais bacana é que apenas um ano após começar os exercícios há um ganho do sistema imunológico. Ou seja, quem começar agora já vai se beneficiar melhor da campanha de vacinação do ano que vem”, finaliza.