Atleta de aventura ativo relata sua aventura no Peru

Atualizado em 20 de abril de 2016
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No final de julho, o atleta de corrida de aventura do projeto de patrocínio 2010 do ativo.com, Denis Luque, embarcou com alguns amigos para uma expedição pelos Andes peruanos. Esta foi a primeira vez que Denis encarou uma aventura desse porte, envolvendo altitudes elevadas, trekking na neve, entre outros desafios inéditos para o aventureiro do ativo. Denis conta sobre a viagem e relata que não há dia fácil na montanha.   

“Após a primeira trilha de aclimatação em 31 de julho, no Parque Nacional Huascarán, onde subimos até a Laguna Churup aos pés de picos nevados, fomos até Matacancha, passando por estradas beirando precipícios, onde acampamos a 4200 m (1/8) para o início do trekking contornando a Cordillera Huayhuash. A expedição contou com estrutura e logística muito bem elaboradas, com guia local, cozinheiro, carregador, ajudante, nove burros e um cavalo. Tivemos ainda as barracas dormitório para cada duas pessoas e uma barraca cozinha com fogão, gás, panelas, utensílios e a comida para todo o percurso de oito dias”, conta Denis.

“Os acampamentos estão normalmente localizados em vales e têm um rio perto. Para ir de acampamento a acampamento é necessário cruzar a montanha passando pelo passo, que normalmente é bem íngreme e exige esforço. O passo mais alto é o de San Antonio com mais de 5000 m de altitude. As paisagens dos passos são magníficas. As descidas também são exigentes e a temperatura varia muito, caindo bastante quando há vento forte. Finalizamos a Cordillera Huayhuash no dia 9 de agosto e dormimos em Huaraz nessa noite”.

“No dia 10 de agosto tomamos rumo ao primeiro acampamento da Cordillera Blanca, acampando em Hualcallan e entrando pela Quebrada de los Cedros. Todos os dias são desafiadores e exigentes fisicamente. Não há dia fácil na montanha. Nos acampamentos chegou a fazer -2 ºC dentro da barraca. Do lado de fora, o frio congelou um braço de lagoa e algumas cascatas pequenas de rios. Todas as noites o frio é intenso. O passo Pucaraju é o mais impressionante desta cordilheira, a 4650m e de onde se tem vista de mais de dez picos nevados. O trajeto pela Cordillera Blanca terminou em Vaqueria, onde pegamos a estrada até o acampamento de Cebollapampa na Quebrada Llanganuco, onde começou a preparação para a subida ao cume do Pisco. Dormimos uma noite aí e no dia seguinte subimos até o acampamento base 1 (aprox. 4700 m) aos pés da morena (amontoado de pedras carregadas pelas geleiras) dos picos Huandoy e Pisco”, relata Denis.

“Dormimos e acordamos de madrugada, iniciando o ataque ao cume às 2h40 da manhã do dia 19 de agosto. A passagem pela morena foi dura, nos obrigando a subir, descer e subir novamente pelas pedras carregando os equipamentos na mochila. Às 5h30 chegamos no glaciar, onde montamos os equipamentos específicos de gelo e iniciamos o trajeto íngreme, desviando de trechos suspeitos e pulando gretas. É possível sentir que falta oxigênio no ar rarefeito, pois o cansaço vem rápido e o esforço continua grande a cada passo cravado na neve subindo trechos íngremes que seriam impossíveis sem os cranpons e a piqueta. Tivemos a sorte de um dia sem nuvens e sem nevasca. O vento também estava ameno, só me derrubou no chão duas vezes. Atingimos o cume do Pisco (5752 m) às 11h. A vista é magnífica, a sensação de estar no cume do nevado é gratificante e vale a recompensa do grande esforço de chegar lá. Iniciamos o retorno às 11h15, passando pelo acampamento base às 15h30, onde descansei por 45 minutos e segui até o acampamento mais abaixo em Cebollapampa onde terminei a jornada do dia às 18h”, finaliza Denis.

O atleta de aventura ativo diz que da viagem ficou a experiência de desafiar o desconhecido e de aprender com ele, a superação própria, conhecer outra cultura, fortalecer amizades e fazer novos amigos e refletir quais são as pessoas e as coisas verdadeiramente importantes em sua vida.

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