Agência antidoping confirma visita à Jamaica após tentativa de obstrução

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Depois de criticar a resistência da Jamaica em aceitar uma visita neste ano, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) vai visitar a terra de Usain Bolt, segundo o jornal britânico The Telegraph. O diretor da Comissão Antidoping jamaicana, Herb Elliot, disse em entrevista que três inspetores irão até o país na segunda e terça-feira da próxima semana.

Jamaicanos pediram para que a inspeção fosse prorrogada para 2014, já que não teriam condições de receber agentes da Wada. Essa atitude irritou os dirigentes da entidade, que chegou a ameaçar a participação da Jamaica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

Atletas jamaicanos mostraram superioridade em provas de velocidade do atletismo nos últimos anos, porém vários tiveram resultados positivos no exame antidoping em 2013. Entre eles, Asafa Powel, ex-recordista mundial dos 100m rasos, Veronica Campbell-Brown, bicampeã olímpica dos 200m e Sherone Simpson, medalhista de prata no revezamento 4x100m nas Olimpíadas de Londres 2012.

Após o mundial, Campbell-Brown quase foi banida do esporte depois de seu exame ter acusado o uso do diurético hidroclorotiazida, proibido pela Wada por ser utilizado para mascarar outras substâncias.

Fontes ligadas ao atletismo da Jamaica revelaram que a hidroclorotiazida é ingrediente de uma pomada, usada pela atleta no tratamento de uma contusão na perna, e que ela havia relatado isso em seu formulário de controle de doping.

A credibilidade da fiscalização antidoping da ilha caribenha foi colocada em xeque por Renne Anne Shirley, ex-dirigente da agência antidoping do país. Ela disse, em entrevista à revista norte-americana Sports Illustrated, que as autoridades fizeram apenas um exame fora de competição, entre fevereiro de 2012 e o início dos Jogos Olímpicos da capital inglesa, que ocorreu em julho do ano passado.

O presidente da Wada, John Fahey, mostrou insatisfação com as autoridades jamaicanas pela tentativa de impedir as inspeções. Ele ainda insinuou em entrevista para a mesma revista que a atitude violou o código da entidade, o que poderia resultar em punições mais graves de instituições globais como o Comitê Olímpico Internacional (COI).