A luta de uma equipe de aventura campeã

Atualizado em 20 de abril de 2016
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Ao olhar os resultados da temporada 2009 de Corridas de Aventura no Brasil tem-se a impressão que este foi definitivamente o ano da equipe QuasarLontra. O time comandado por Rafael Campos conquistou os títulos das principais competições, como Brasil Wild, Adventure Camp e finalmente o Ecomotion Pro, seletiva para o mundial de Corrida de Aventura, que em 2010 será na Espanha. Na disputa do mundial 2009, realizado no Brasil, a equipe terminou como a 8ª melhor do mundo. 

Mas, apesar de todo esse destaque no cenário nacional e internacional, a vida não é fácil para os atletas e as equipes de Corrida de Aventura no Brasil, como conta em entrevista ao ativo.com o atleta Rafael Campos, que relata as agruras para manter uma equipe de aventura de alto nível no Brasil.

“Este foi realmente um dos nossos melhores anos, especialmente pelas perspectivas que tínhamos logo no começo, que este seria um ano difícil. A estratégia foi focar em poucas provas”, conta Rafael. A situação de crise econômica abalou 2009, mas a QuasarLontra – e isso é comum no mundo das corridas de aventura no país – tem sofrido há mais tempo com a falta de apoio.

“Estamos há dois anos sem patrocínio, na Corrida de Aventura é muito difícil conseguir apoio e acabamos perdendo um pouco a persistência de ficar batalhando sem resultado por patrocínio, recebíamos muitos “não” e continuávamos tentando, mas é difícil, porque ainda temos que arrumar energia para treinar e trabalhar”, diz Rafael.

Nem mesmo ganhar competições no exterior é garantia de retorno financeiro. Até hoje, por exemplo, Rafael não recebeu a premiação em dinheiro por ter ganhado a Betwen two Continents, corrida solo realizada na Costa Rica. Atualmente a QuasarLontra conta apenas com alguns apoiadores.

Sem uma estrutura que os permita planejar a médio prazo, Rafael explica que a equipe ainda não definiu como será 2010 e quais provas eles irão participar. Apesar de classificados, mesmo a ida para o mundial na Espanha não é certeza. Permanece, contudo, o desejo de privilegiar provas que tenham credibilidade e onde possam competir entre os melhores. 
“Além do mundial, recebi um convite para correr uma prova na Suécia, mas sai caro competir lá fora. Uma única prova no exterior dá para fazer uma temporada inteira no Brasil, então, essas participações não estão certas. Com a nova vitória no Ecomotion [a Quasar já havia vencido em 2004 e é a única equipe nacional com esse feito] voltamos a ter muita visibilidade lá fora, quem sabe isso não ajuda”.  

Temporada de sucesso – Entretanto, além das dificuldadeshá também as alegrias da empreitada, e a principal delas este ano foi a conquista do título de bicampeões do Ecomotion Pro, que faz parte do Adventure Race World Championship (ARWC), e foi realizada na região da Serra do Cipó e Diamantina, em Minas Gerais. E a disputa não foi fácil.

“Foi um dos percursos mais difíceis já feito, porque tinha muito desnível, muita serra, down hill verdadeiramente técnico, rio com fortes corredeiras, uma navegação que exigiu bastante, todos os dias a temperatura estava muito alta, em torno dos 34º, e tudo isso é bastante desgastante. Mas, tudo foi compensado pelas belas paisagens”, conta Rafael, que disputou os 470 km da prova com Tessa Roorda, Erasmo Cardoso (o Xiquito) e Rodrigo Martins.

Rafael tem esperança que os grandes eventos esportivos que aportarão no Brasil nos próximos anos, como Copa do Mundo e Olimpíadas aumentem a visibilidade para o esporte e as oportunidades para os atletas. “Tenho esperança que 2010 seja melhor e que a gente consiga algum patrocínio”, diz

 

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