A creatina é adequada para todos os tipos de atletas?

Atualizado em 20 de abril de 2016
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em abril de 2010, regulamentou o uso da creatina como suplemento para atletas, portanto não há relação com doping. Segundo a ANVISA, define-se suplemento de creatina para atletas como um produto destinado a complementar os estoques de creatina no organismo.

Aproximadamente 120 g de creatina são encontrados no organismo de um indivíduo de 70 kg, estando presente principalmente no músculo (aproximadamente 95% do estoque total) e no cérebro.

A creatina é um fornecedor de energia para atividades musculares de alta intensidade e curta duração por um tempo de aproximadamente 10 segundos. Esta fonte energética é utilizada em trabalhos físicos máximos, por exemplo, corridas de 50 a 100 m, sendo a fadiga atribuída nestes casos a um rápido decréscimo nas concentrações de energia muscular.

A suplementação isolada de creatina aumenta o estoque de creatina no músculo e a tolerância do músculo à fadiga, e se combinada com carboidratos favorece ainda mais os estoques musculares. O seu efeito é anulado quando feita de forma combinada à cafeína.

O protocolo de suplementação de creatina adequado é aquele que aumenta as concentrações totais de creatina. O clássico é dividido em duas etapas, na primeira é administrado uma quantidade alta de creatina durante cinco dias (sobrecarga), seguida de uma segunda etapa com doses mais baixas (manutenção).

Não é recomendado o uso de creatina por desportistas, sem fins profissionais. Uma dieta equilibrada e diversificada supre as necessidades nutricionais deste publico, pois representa uma ingestão diária de creatina de 1 a 2 g, obtidas nas carnes, peixes e outros produtos de origem animal.

A suplementação de creatina pode provocar efeitos colaterais tais como diarréia, cãibras musculares e aumento do peso devido a capacidade da creatina reter água no músculo.

Estudos realizados mostraram que a suplementação de creatina em ciclistas de elite, nadadores velocistas juniores, indivíduos fisicamente ativos ou saudáveis e em jogadores profissionais de handebol aumentou o desempenho esportivo, enquanto que em velocistas de elite e indivíduos destreinados não obteve efeito sobre o desempenho. Outros estudos relatam que a suplementação de creatina não tem efeito ergogênico em exercícios de longa duração.

Os resultados da suplementação de creatina são contraditórios e divergentes, dependendo do tipo de exercícios, do estimulo muscular inicial de creatina, da dieta, do protocolo de suplementação utilizado e do estado de treinabilidade do indivíduo.

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