A outra corrida na vida de Tony Kanaan

Atualizado em 12 de dezembro de 2017
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O brasileiro Tony Kanaan vive de correr de carro. O piloto baiano é um dos mais bem-sucedidos da Fórmula Indy e tem no currículo os títulos das 500 Milhas de Indianápolis, principal evento do automobilismo norte-americano, e o da temporada de 2004 da categoria. Mas pouca gente sabe que ele também vive para correr, nadar e pedalar. Kanaan é um apaixonado por triathlon.

O piloto treina duas vezes por dia sob o forte sol de Miami, onde vive, e já até participou do Campeonato Mundial de Ironman, em Kona, no Havaí. Nos fins de semana, gasta horas em treinos longos em cima da bike ou com os tênis de corrida nos pés.

O brasileiro começou na modalidade por acaso, juntando as paixões pelos três esportes que a compõe, e atualmente a usa como parte de sua preparação para os períodos dentro do carro. Mas precisou de uma pequena adaptação. Na pista de corrida, precisa estar em velocidade máxima o tempo inteiro. Fora dela, não. Aprendeu com o técnico Santiago Ascenço que nem todo treino é de tiro.

“Por causa do triathlon eu treino o físico muito mais do que precisaria para o carro de corrida. Isso é ótimo porque o aeróbico sobra”, explica o brasileiro, um dos pilotos mais velhos do grid da Indy. “Se não estivesse me cuidando fisicamente, não teria toda essa longevidade na categoria”.

Ao contrário de muitos praticantes de triathlon, Tony Kanaan não migrou para a modalidade da corrida. Ele começou a nadar quando era criança buscando melhorar o condicionamento físico para andar de kart. Na adolescência, incluiu a corrida na rotina. E já na vida adulta adotou a bicicleta também como esporte, em vez de apenas um lazer ocasional.

A mentalidade de atleta profissional o ajudou a encaixar com seriedade na rotina os dois treinos diários pelas ruas da Flórida, especialmente no período de férias da Fórmula Indy. Quando a categoria está em ação, Kanaan tem que viajar quase toda semana para os eventos, participar dos treinos oficiais, da corrida… sobra menos tempo.

E foi justamente em um período de indefinição na carreira que o piloto brasileiro participou de seu maior desafio no triathlon, o Mundial do Ironman, em Kona. Em meados de 2011, Tony Kanaan já tinha participado de dois Ironman 70.3, com metade da distância do normal, e não tinha contrato garantido para a temporada seguinte da Indy.

Foi quando recebeu um convite da organização para nadar, pedalar e correr sob o sol do Havaí junto aos maiores triatletas do mundo. Aceitou e precisou mudar toda a programação de treinos para conseguir se preparar para o desafio. No meio do processo, conseguiu um novo contrato na Indy.

“Sempre digo na brincadeira que minha carreira de piloto atrapalha demais a de triatleta. Como não tinha todo esse tempo para treinar, fiz como alguns executivos: não corri 42 km no treino, só no Ironman. Não tinha tempo para pedalar 180 km na semana, e não podia cansar esse tanto. Deixei para a prova”, explica.

Deu certo. Em um sábado de sol forte em Kona, com a temperatura alcançando os 30ºC e poucas nuvens no céu, Kanaan demorou 12h52min40s para completar o Ironman. “Foi a prova que mais me marcou, até por poder participar do Mundial com os profissionais. Gosto muito de triathlon. Fui como fã”, diz.

Além da emoção, o brasileiro levou da prova lições que o ajudam até hoje no esporte profissional, como a paciência. As 2 horas de uma prova com um carro fora das condições esperadas não representam um drama tão grande quando comparadas às 12 horas de esforço em Kona, por exemplo.

Mas além dos benefícios para sua carreira dentro da pistas, Tony Kanaan corre, pedala e nada por prazer e amor ao esporte. E suas limitações de desempenho, como gosta de ressaltar, ajudam-no a encarar o triathlon como um hobby, importante também para sua vida pessoal.

Um hobby praticado com disciplina e equipamentos de ponta. “Estou sempre competindo contra mim mesmo. Tento sempre melhorar, mas não levo tão a sério assim. É minha terapia. Se quiser me deixar de mau-humor, me deixa sem treinar”, diz o baiano, com o bom-humor de quem já tinha feito suas sessões diárias de atividade.

O Highlander HB3 é um modelo de óculos escuros pensado para o esporte. Ultraleve, adaptável ao formato do rosto e com tratamento para as lentes não embaçarem, mesmo com suor no rosto e a respiração ofegante depois de quilômetros e quilômetros de treinamento.