Como driblar o impacto da poluição na prática esportiva

Atualizado em 19 de abril de 2016
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Nós, treinadores de modalidades olímpicas que usam o fôlego como maratona, triathlon e ciclismo, dependemos 100% do ar puro para que o atleta tenha o máximo de seu rendimento. Não acontece diferente, logicamente, com os profissionais-atletas que buscam na atividade física um corrimão para o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, ainda mais nos mais urbanos, tão sujeitos às impurezas atmosféricas.

Quero aproveitar as vésperas de Olimpíadas para compartilhar uma dica que tenho dado no meu novo Blog Fôlego. A estratégia para combater este “adversário nocivo” é preservar-se em locais saudáveis, com ar puro, como as montanhas ou ambientes em que a qualidade do ar não atrapalhe o seu desempenho.

As conseqüências da poluição em nosso organismo vão desde uma irritação nos olhos, inflamações na mucosa, até infecções respiratórias severas. De uma simples alergia, uma renite, sinusite, faringite pode-se chegar a uma bronquite, asma.

Neste momento, você precisa se manter imune a essas probabilidades. Como é quase impossível, considerando que você permanece horas e horas treinando ao ar livre, ficando expostos às intempéries do ar, como temperatura, umidade relativa do ar e a poluição.

A fórmula do sucesso para estes campeões de resistência também é, nessa fase, preservarem-se ao máximo, para que tenham no dia de competição uma saúde plena.

Questão Beijing 2008

Segundo Flávio Dourado, o maior adversário nas Olimpíadas de Pequim para os atletas do mundo todo será a poluição. A capital chinesa apresenta um nível de poluição superior ao que é considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para o coordenador técnico da equipe de atletismo do Laboratório de Bioquímica do Exercício / Grupo Gestor de Benefício Sociais (GBS) da Unicamp, Lucas Tessutti, a absorção e efeito dos poluentes difere de indivíduo para indivíduo e de local para local. A inalação pode modificar o débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração por minuto), a ventilação (a respiração fica mais curta devido à diminuição da superfície de troca gasosa) e o espessamento da mucosa das vias aéreas.

Além disso, o atleta não capta oxigênio nos volumes adequados, o que causa uma limitação na prática esportiva, até porque a quantidade de energia que o corpo produz é proporcional ao consumo de oxigênio.

A China tem tomado algumas atitudes para amenizar os gases poluentes e os efeitos nos Jogos Olímpicos. O governo prevê o corte do número de carros em circulação pela metade; a proibição de caminhões-tanque e postos de gasolina que não possuam tecnologia de redução de poluentes; diminuição da emissão de gases por parte das 19 fábricas mais poluidoras de Pequim, em pelo menos 30% e interrupção de grandes obras de construção civil.

Dicas
E você, atleta e executivo de corrida, ciclismo, triathlon? O que pode fazer?
Vou enumerar algumas recomendações para que o impacto dos poluentes seja diminuído.

– Tente correr nos horários em que os gases poluentes são mais amenos, entre 6h e 10h, aproximadamente, e 17h até às 21h.
– Aumente a hidratação! É sempre bom tomar muita água. Para a prática esportiva, 2 litros são mais do que necessários para manter o corpo bem hidratado e protegido.
– Cuide-se em casa também. Mantenha o ar de sua casa sempre úmido, mantendo vasilhas de água no ambiente ou até mesmo adquirindo um umidificador.
O mundo atual exige que tenhamos muito fôlego também nos cuidados com o corpo.