Musculação e exercícios na melhor idade

Atualizado em 22 de junho de 2017
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Com o passar dos anos é inevitável o envelhecimento, praticamente todas as nossas capacidades físicas e sistemas (articular, muscular, nervoso, circulatório, respiratório etc.) se deterioram, sofrem perdas e alterações degenerativas.

Por exemplo, até a nossa estatura começa a diminuir a partir dos 40 anos, cerca de 1 cm por década. Alguns fatores que contribuem para perda da estatura são: o arco do pé diminui (planifica), aumentam as curvaturas e desvios da coluna, além do seu encurtamento devido à diminuição da densidade dos discos intervertebrais, e ocorre também perda de massa magra de grupamentos estabilizadores da ereção da coluna vertebral.

Contudo, os músculos são os que mais sofrem prejuízo ponderal com o passar do tempo. As quedas comuns na velhice são normalmente ocasionadas por atrofia, perda de volume muscular e força dos membros inferiores, (também ocorre diminuição da coordenação motora e do equilíbrio). Por isso é muito importante nos preocuparmos com a manutenção da nossa saúde, para não sofrermos tanto com o processo natural da senilidade.

Os exercícios resistidos são excelentes para se manter uma melhor qualidade de vida, bem-estar físico e saúde. O Prof. Dr. José Maria Santarém, coordenador do CECAFI – Centro de Estudos em Ciências da Atividade Física da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP afirma que “a segurança geral dos exercícios resistidos também tem sido documentada, sendo estes os exercícios mais suaves que se podem realizar. No aspecto de segurança, o grande diferencial dos exercícios resistidos é a possibilidade de fácil adaptação das sobrecargas às condições individuais de saúde e aptidão. Pessoas que não suportam elevações da freqüência cardíaca e da pressão arterial, inevitáveis em atividades como caminhar mais rápido ou em subidas, conseguem realizar com segurança e conforto os exercícios resistidos, onde essas alterações são discretas. Quando os pesos não exigem esforços máximos, quando as repetições não são muito altas e quando os intervalos de descanso entre as séries são suficientemente longos, a sobrecarga cardiovascular é mínima e a circulação no miocárdio é adequada. Em reabilitação cardíaca, os exercícios resistidos são muito mais tolerados do que os chamados exercícios aeróbios. Pessoas idosas, muitas vezes debilitadas ao ponto de não suportar o peso do próprio corpo para permanecer em pé, conseguem realizar exercícios resistidos com facilidade, e em muitos casos, voltam a caminhar”.

Muitos problemas e doenças podem ser evitados ou amenizados com o trabalho de musculação, que além de fortalecer os músculos, auxilia também no combate ao sedentarismo e obesidade. O acúmulo de gordura também aumenta com o envelhecimento, em contrapartida os exercícios de força também ajudam na diminuição do tecido adiposo, na verdade, qualquer atividade física que promova gasto energético contribui para o emagrecimento.

Segundo Santarém, “os exercícios com pesos gastam mais calorias na unidade de tempo, mas são interrompidos durante a sessão, e no descanso entre as séries não se gastam calorias. Os aeróbios gastam menos calorias na unidade de tempo, mas são contínuos, sem interrupção. Após uma hora por exemplo, ambos gastaram mais ou menos a mesma quantidade de calorias”.

Os iniciantes na musculação utilizam cargas mais leves e o volume de treino é baixo para facilitar a adaptação, conseqüentemente a queima calórica é bem menor em relação, por exemplo, aos fisiculturistas, que gastam muito mais energia devido as altas cargas e grandes volumes de treinamentos. Subentende-se que exercícios com pesos, exercícios resistidos, exercícios de força são derivações e sinônimos da musculação.

Alem da obesidade e do sedentarismo, a osteoporose, a hipertensão, o diabetes, as cardiopatias e até o mal de Parkinson podem ser tratadas paralelamente através de um programa de treinamento resistido. Alguns benefícios da musculação em relação a essas doenças são:

– osteoporose: aumenta a densidade óssea e ameniza a perda de cálcio e minerais;
– hipertensão: diminui a pressão arterial de repouso (sistólica e diastólica);
– cardiopatias: fortalece o sistema músculo-esquelético e protege o coração, diminuindo os reflexos para aumento de FC e PA nos esforços da vida diária.
– diabetes: estimula o metabolismo dos carboidratos e melhora a sensibilidade à insulina.
– Mal de Parkinson: melhora a força e a coordenação neuromotora;

O Instituto Biodelta de Musculação utiliza metodologia desenvolvida em parceria com o CECAFI e com a FEPAM – Federação Paulista de Musculação, sendo um dos mais conceituados no assunto do treinamento resistido, inclusive para grupos de risco e idosos, tendo excelentes resultados na reabilitação, recuperação, fortalecimento e terapia de indivíduos acometidos pelas doenças supracitadas.

“Por todas as suas qualidades, a musculação atingiu a condição de uma das atividades físicas mais praticadas em todo o mundo, e antevemos que será considerada a forma básica de condicionamento físico para todas as pessoas, em todas as idades e em todas as condições de saúde e aptidão. Somente não podem praticar musculação as pessoas que não podem realizar nenhum tipo de atividade física, portanto em situações de saúde precária”, afirma Santarém.