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Treinos exaustivos: eles valem a pena?

Atualizado em 30 de janeiro de 2018
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Sabe aquele treino que você termina bem cansado, esgotado, sem forças para fazer mais nada? Seja um ritmado, intervalado, progressivo, longão, musculação, enfim, desses treinos exaustivos em que você sente o corpo sendo exigido até seu limite? Pois bem, tem gente que adora essa sensação, mas é importante lembrar que nem sempre o corpo gosta disso.

Um dos métodos mais comuns para alguém desenvolver força e/ou resistência, é justamente exigir da pessoa um estímulo que ela não está acostumada. Ou seja, se quiser ganhar força, ela precisa realizar exercícios que necessitem mais força do que seu dia a dia. Se quiser ganhar resistência, precisa fazer exercícios com duração superior às tarefas de seu cotidiano.

O ponto fundamental é definir o quanto a mais devemos exigir do corpo durante um exercício, seja para ganhar força, resistência ou ambos. É possível planejar os ganhos a médio e longo prazo, ou simplesmente querer resultados a curto prazo. E esta é a diferença entre terminar um treino cansado ou absolutamente acabado.

 

 

Quando realizamos treinos exaustivos, sobrecarregamos quase todos os sistemas de manutenção do corpo. Entre eles, o de manutenção da temperatura, aporte sanguíneo, controle hormonal, troca de gases (O2 e CO2), produção de energia, entre outros diversos.

Por isso é comum alguns sentirem náuseas, frio, sono, falta de apetite, cãibras, além do cansaço físico e outros sintomas após o término da atividade.

Levar o corpo ao seu limite realmente pode deixá-lo mais preparado para situações mais intensas, mas tudo tem o seu preço. Sobrecarregamos diversos sistemas do corpo e isto inclui o de defesa. Quando este último é abalado, a imunidade cai e o indivíduo fica mais sujeito a lesões, inflamações e mais vulnerável a doenças, como gripes, resfriados, alergias e proliferação de fungos (que costumam atacar quando estamos com nosso sistema imunológico rebaixado).

Obviamente isso seria apenas em casos extremos, mas saiba que uma parte disso sempre acontece quando forçamos demais o corpo.

Portanto, aquela história de que “treino mal feito é melhor que treino não feito” deve ser repensada. Após uma atividade muito intensa é importante dar um descanso não apenas aos músculos, mas a todos os sistemas do corpo sobrecarregados no treino.

Caso contrário, o cansaço crônico pode levar a problemas sérios de saúde, como por exemplo disfunções de órgãos (coração, rins, pâncreas, fígado, entre outros), além, é claro, de lesões articulares (também irreversíveis).

Cada pessoa possui uma bagagem física e uma tolerância para cada nível de treinamento e, portanto, não devemos nos comparar com os outros. A mensagem principal aqui é: escute bem os sinais do corpo.

Às vezes é melhor encerrar um treino com gostinho de “quero mais” do que terminá-lo arrependido. Basta diferenciar preguiça de cansaço, seja o treino chato ou divertido. E de qualquer forma, o treinador deve estar ao seu lado para te ajudar nisso.

Bons treinos, ou bom descanso!