A música nos exercícios físicos

Atualizado em 15 de julho de 2016
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Se o exercício físico promove inúmeros benefícios à saúde, na prevenção (condição de profilaxia e/ou coadjuvante ao tratamento medicamentoso de doenças – Haskell et al., 2007), seria a música uma importante aliada nesses benéficos? A resposta é: sim. E onde quer que estejamos envolvidos com o treinamento físico diário, praticamente a música também está presente. Para Elliott et al. (2004), a música é uma forte aliada motivacional e tem papel significativo no sucesso das sessões de treinamento.

Dos parques das cidades, sempre cheios, às academias, das mais modestas até as mais sofisticadas, algo em comum chama a atenção: a constante presença de um estímulo sonoro. Estudos têm mostrado que, além de tornar a prática de exercícios mais prazerosa, a música pode influenciar na percepção de esforço, no melhor controle da frequência cardíaca, na resistência e potência muscular, nos bons níveis do hormônio adrenalina, verdadeiro estimulante fisiológico (Atkinson et al., 2004), e até alterar padrões comportamentais, como o estado de humor negativo (Bigliassi et al., 2012). Até mesmo nos serviços domésticos, como na limpeza ou na preparação das refeições, donas de casa e empregadas domésticas têm um estímulo importante e aliado contra a monotonia, o rádio e a música. Até mesmo quando lavamos o carro, a música é uma ótima ferramenta de apoio, quase que nos desligamos do que estamos fazendo e, muitas vezes, dos problemas tão frequentes em nossas vidas.

Mas, com tantos benefícios, algumas considerações são importantes e já foram devidamente pesquisadas, como a escolha da música, na medida em que poderá ter o efeito sincronizador pelas batidas por minuto com a cadência realizada no exercício (Karageorghis et al., 2009). A preocupação, também, em relação ao controle do volume, o que pode ser muito incômodo para alguns, ou que acaba, em volumes muito altos, interpretados com maior frequência pelos sentidos do corpo e as respostas fisiológicas acima do que realmente corresponde à carga de exercício realizado, além de poder provocar danos à audição. Também, quando o objetivo é realizar os alongamentos ou no momento de desaquecer, após o treinamento. Nesse caso, seriam mais indicadas músicas de ritmo calmo e com um volume mais agradável aos ouvidos (Bigliassi et al., 2012).

  • Atkinson G, Wilson D, Ebank M. Effects of music on work-rate distribution during a cycling time trial. International Journal of Sports Medicine. v. 25: p.611-615, 2004.
  • Bigliassi MB, Dantas JL, Carneiro JG, Smirmaul BPC, Altimari LR. Influence of music and its moments of application on performance and psychophysiological parameters during a 5 km time trial. Rev Andal Med Deporte. v. 5:p.83-90, 2012.
  • Elliott D, Carr S, Savage D. Effects of motivational music on work output and affective responses during sub-maximal cycling of a standardized perceived intensity. J Sport Behav 2004;27:134-47.
  • Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, Macera CA, Heath GW, Thompson PD, Bauman A. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. v.39(8):p.1423-34,2007.
  • Karageorghis CI, Mouzourides DA, Priest DL, et al. Psychophysical and ergogenic effects of synchronous music during treadmill walking. J Sport Exerc Psychol.v.31:p.18-36, 2009.