Dieta paleolítica: realmente ajuda no emagrecimento?

Atualizado em 10 de novembro de 2016
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Assim como outras dietas da moda, a dieta paleolítica tem como objetivo principal reduzir a resistência à insulina. Porém, outras alterações que caracterizam a síndrome metabólica, como alteração do colesterol (total, LDL e HDL) e triglicérides, diabetes e hipertensão, também são alvos da dieta dos ancestrais.

Na era Paleolítica, era feita uma alta ingestão energética (rica em gordura e proteína animal) durante o verão para que fosse possível sobreviver à escassez do inverno rigoroso. Alguns estudos reportam que este mecanismo de sobrevivência causava adaptações fisiológicas, como a resistência à insulina, para reduzir a receptação de carboidratos pelos tecidos periféricos, disponibilizando mais glicose para o cérebro.

Mesmo após tantos anos, acredita-se que carregamos alterações epigenéticas associadas a esta resistência insulínica, o que causaria uma predisposição à obesidade em consequência ao padrão alimentar atual (maior consumo de alimentos industrializados e carboidratos refinados).

 

 

De qualquer forma, é importante lembrar que o consumo alimentar era de acordo com a localização geográfica do indivíduo e que nem todos passavam por invernos rigorosos ou não tinham acesso a outros alimentos que não a caça animal e, portanto, não é possível afirmar que o consumo aumentado de gordura e proteína animal representa fielmente o consumo da era Paleolítica.

Talvez então o foco não seja o consumo de determinado macronutriente e sim do padrão alimentar, como não se alimentar de produtos industrializados, processados e ultraprocessados e manter aleitamento materno exclusivo em vez do consumo de produtos lácteos (leite, fórmulas infantis, queijos, iogurtes, etc).

Em relação aos efeitos da dieta paleolítica na composição corporal, diversos estudos foram realizados comparando-a a outras dietas e os resultados em curto prazo mostram que a dieta paleolítica, de fato, é melhor que as demais. Porém, quando avaliadas em longo prazo (cerca de dois anos), o resultado é praticamente o mesmo que outras dietas podem promover.

Sendo assim, talvez esse tipo de dieta seja interessante para determinado público e como uma estratégia pontual. Antes de qualquer intervenção é importante avaliar os exames bioquímicos e fazer uma avaliação nutricional minuciosa para que uma prescrição dietética personalizada seja feita visando melhora da composição corporal e síndrome metabólica.