O que o crossfit me ensinou sobre humildade

Atualizado em 05 de dezembro de 2018
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Sabe quando você sai do box achando que arrasou no WOD e depois percebe que não foi tudo isso? Ou quando tem um dia incrível de treino e, no dia seguinte, nada dá certo? Quando descobre uma deficiência que não sabia ter, ou quando tem que ajudar alguém que está iniciando e descobre que aprendeu mais do que imaginava? Pois é assim: crossfit é, além de um ótimo exercício para o corpo, uma aula de humildade. Basta ter olhos para ver.

Quantas vezes vai mesmo, muito bem no WOD, e no dia seguinte tem um treino desastroso? Tenho uma amiga que diz que não há nada que nos coloque melhor no nosso lugar do que o crossfit e eu concordo muito com isso. Dias bons e dias ruins, exercícios mais fáceis e outros que parecem impossíveis. A rotina de treinos é, além de um exercício incrível para o corpo, uma forma de exercitar a humildade. Galera crossfiteira, fala aí se não é verdade?

Quando começamos, a primeira reação que temos é de que não vamos conseguir. Mesmo quem, assim como eu, tinha essa curiosidade e essa gana de ir além, ainda assim fica pensando se vai mesmo, porque é uma mistura de elementos tão grande, e uma vibe de grupo tão forte, que pode intimidar.

 

 

A primeira lição do crossfit é: começamos todos da mesma forma, independentemente de já praticarmos algum esporte ou não. Crossfit meio que zera o relógio, sabe?

A segunda lição é: você não vai ser bom em tudo. O esporte ensina muito a perceber em quantas coisas a gente é bom e em quantas tem muito a melhorar, e tudo bem. Esse equilíbrio mostra que somos humanos e nos dá a medida do crescimento, à medida em que vamos evoluindo. A sensação de conseguir realizar algo que era muito difícil é maravilhosa. A sensação de fracassar em um exercício, ou de se machucar, é sempre devastadora, mas assim é a vida, em si. Não estamos sempre bem, não vamos sempre atingir nosso máximo. Dar tempo ao tempo faz parte de se acolher e de permitir que a nossa mente e nosso corpo trabalhem em conjunto.

E, com o tempo, vem a terceira lição: dias bons e dias ruins vem para todos e é melhor se acostumar com o fracasso da mesma forma que deve se acostumar com a vitória. Altos e baixos. Luz e sombra. É disso que vivemos, todos os dias, dentro e fora dos boxes. Ou encaramos com naturalidade e leveza e damos nosso melhor, vivenciando o dia péssimo e festejando o dia maravilhoso, ou vamos viver sempre achando que falta algo ou que não somos bons o bastante. Somos, sim, mas ninguém é o tempo todo, nem super homem e nem mulher maravilha. Somos humanos, e isso deve bastar.

Exercitar a humildade nos faz mais fortes e nos permite sermos mais unidos. Com a nossa própria essência e com os outros. Algumas dicas que podem ajudar nesse processo de aceitação da nossa dualidade no esporte e na vida são:

1 – Entenda seu ponto de início – não se cobre mais porque o colega do lado já consegue algo que você começou agora. Evolua em comparação com você mesmo, não com os outros;

2 – Reconheça seus pontos fortes e invista neles, mas treine, com cuidado mas feito louco, os seus pontos fracos. Não tenha medo, não fuja das suas fraquezas, elas podem ser suas melhores aliadas de evolução;

3 – Acostume-se a não ir bem sempre, a não se sentir bem sempre, a ter seus dias ruins, a ter humildade suficiente para entender que nem sempre se ganha. Pra vida.