Crossfit: dicas para clean e snatch

Atualizado em 04 de outubro de 2016

Todos nós sabemos que o clean e snatch são excelentes movimentos para desenvolver potência. Hoje em dia, todo box de crossfit vez ou outra programa esses exercícios de acordo com o nível do aluno.

Quando aprendemos sobre esses movimentos, estamos acostumados a dividir e a ensinar por fases: 1ª fase, dividida em saída (first pull) e transição (scoop); e 2ª fase, composta por segunda puxada (second pull) e recepção (catch). Aqui nesse texto, irei focar apenas na 1ª fase.

A 1ª fase é aquela em que a maioria dos coaches de crossfit ensina aos seus atletas que esse movimento de preferência deve ser executado lentamente, aumentando a velocidade de forma gradativa. Se você já viu algum vídeo do Mike Burgener (um dos melhores coach de LPO do crossfit) sobre algum desses movimentos, em muitos deles Burgener coloca bastante ênfase ao dizer que o movimento dessa fase deve ser lento.

Agora, sabe por que a velocidade da 1ª fase dos movimentos olímpicos clean e snatch (arremesso e arranco) é lenta? Porque, pela física, é impossível exercer uma enorme força em movimentos muito rápidos.

1. Vamos agora explicar o motivo. Física e mecanicamente falando, quando a barra está na fase ascendente e passando na altura dos joelhos, o atleta se encontra na posição mais favorável para que se possa aplicar uma grande força. Se você reparar num atleta olímpico executando um desses movimentos olímpicos, verá que ele tentará acelerar mais ainda a barra quando ela estiver na altura dos joelhos.

2. Da mesma forma, se você tenta aplicar uma grande força num corpo que já se encontra em movimento, sentirá dificuldade em aplicar essa força se o mesmo se encontra já numa velocidade alta. Mas se o corpo se encontra numa velocidade relativamente baixa, uma maior força poderá ser aplicada ao mesmo.

 

 

Agora vamos juntar o que se falou até agora para completar o raciocínio. A barra deverá se encontrar na “posição do corpo mais favorável” (nos joelhos) para gerar uma grande força. Além disso, ela deve se encontrar em velocidade “relativamente baixa” para que se possa aplicar a força máxima na barra. Logo, temos aqui dois fatores que são combinados para que se possa gerar a força máxima: a postura e a velocidade.

Concluímos com isso que se o atleta executar a 1ª fase do movimento muito rapidamente, a capacidade de aplicar mais força na segunda fase (posição do corpo favorável mecânica e fisicamente) será reduzida, podendo o atleta errar o movimento.

Coach, dê ênfase nesses tipos de detalhes aos seus alunos iniciantes e avançados. Não precisa falar em termos físicos para que eles entendam, mas acredito ser essencial que eles saibam o motivo de cada detalhe que você tenta passar. Assim, a confiança dele de que realmente está em boas mãos estará cada vez mais forte.