Como explorar grandes centros urbanos - correndo

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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Para dar inicio a esta coluna, é bom começar explicando o porquê do nome “Cidade Corrida” – e também como eu comecei a correr. O conceito do nome é bem simples: explorar grandes centros urbanos correndo! A corrida, na verdade, é coadjuvante nessa história. O “Cidade Corrida”, por meio do esporte, tem como objetivo mostrar que a correria nas cidades pode ter um novo significado, que foge do stress e se reconecta com o que existe de melhor em um grande centro urbano, incluindo suas histórias, personagens, espaços, tendências e movimentos.

Simples, né? Aprendo e me divirto muito correndo por São Paulo. Agora além de conhecer mais lugares dessa capital “infinita”, vou me empenhar em conhecer (e compartilhar) detalhes de outras cidades.

Considero conhecer novos lugares dessa forma uma experiência diferente de qualquer roteiro turístico – pois, além de ser super acessível, é muito interativo e abre caminhos para surpresas pra lá de inesperadas.

Poderia parar por aqui e dizer que estes são motivos que me levam a correr. Conhecer novas culturas, pessoas e lugares, de fato parecem ser um prato cheio qualquer pessoa. Mas, na verdade, tive que voltar no tempo, duas décadas atrás, ainda um adolescente-atleta, para entender isso.

Desde que nasci, o esporte fez parte do meu dia-a-dia. De forma muito natural, foi o grande responsável pela minha educação e formação – além dos meus pais, é claro. Era federado, cheguei a ganhar aqui e ali campeonatos de tênis, basquete e bodyboard, mas a corrida nunca protagonizou minha vida esportiva. É difícil dizer exatamente onde começou minha paixão por esportes: lembro muito das aulas de judô e do futebol na hora do recreio. Pensando nisso, é até fácil entender porque corro – o que mais me atrai na corrida (e em todos esportes) é a diversão: nunca achei uma obrigação fazer qualquer tipo de esporte, diferente da escola que eu achava um saco. É isso mesmo: eu me divirto e muito correndo.

A fase de brincar, com a vida adulta, quase escapou pelos dedos. Durante muitos anos, principalmente pelas minhas mudanças de cidade, responsabilidades com trabalho e também pelo difícil acesso a equipamentos (praia, quadras e clubes), fiquei um bom tempo sem praticar um esporte. Fiz umas coisas soltas: capoeira durante três meses, escalada por 60 dias, yoga durante um semestre…e nessa fase senti falta de treinar de verdade.

Me mudei para São Paulo 7 anos atrás, mas só há 3 anos comecei a correr. Foi por acaso que a corrida me encontrou. Tinha que treinar longas caminhadas para as escaladas que estava planejando – a primeira foi no Kilimanjaro. No começo era muito difícil completar 5k nas minhas idas de fim de semana ao Parque Ibirapuera. Não pela falta de forma física e sim por não entender a corrida como diversão: era muito duro colocar o corpo para se locomover daquele jeito e por longos períodos. Fui, aos poucos, percebendo que a corrida poderia ser muito mais que uma obrigação. Comecei escutando música, depois as trilhas sonoras viraram podcasts, livros inteiros e até que um dia não precisava de nenhum artificio para tornar a corrida mais prazerosa: ela, por si só, completava e satisfazia as minhas necessidades.

Com isso aprendi a observar mais meu corpo, minha respiração, perceber o que passava a minha volta e até meditar. O gosto natural pela corrida foi tomando conta de mim e hoje treino pelo menos quatro vezes na semana com a turma do #nucleoaventura e mais alguns amigos.

Meu próximo desafio é uma Ultra de 114km na Capadócia.

Quem quiser acompanhar o dia-a-dia de treinos e conhecer as cidades que vou visitar, pode seguir o @cidadecorrida no Instagram e os próximos posts que farei aqui. Daqui até outubro tem muito chão e vai ser bom demais ter a companhia de vocês.

@FabioSeixas