Como é chegar e participar de provas de Ironman

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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Depois de anos no sedentarismo, o residente de medicina, no interior de São Paulo, André Del Negro procurou minha assessoria esportiva, em 2006. Feito um trabalho gradual, ele participou da sua primeira prova de triathlon, no Olímpico do Internacional de Santos 2007. Fez, apenas, o pedal. Durante esse ano, ele teve uma ótima evolução nas três modalidades, realizando quase dez provas de Sprint Triathlon. Em 2008, voltou para o Olímpico do Internacional de Santos. Dessa vez, para fazer toda a prova. Desde então, começou a sua incrível sequência de provas longas, envolvendo as distâncias 70.3 e 140.6 da marca Ironman. Um relato de atleta que se superou e que vale a leitura. Todos podem. Pena que poucos querem. VAMOS COM TUDO! Com você, a história de André Del Negro em provas de Ironman:

” Comecei em provas de longa distância no 70.3 PENHA 2008 e voltei a fazer essa prova em 2009 e 2010. O clima, a novidade, a estreia… tudo marca. O percurso de bike e de corrida, modificados para as duas edições posteriores, só melhorou. Me diverti muito por lá. Pena que a prova não esteja mais no nosso calendário.

Depois, fiz o 70.3 PUCON 2010. Esse foi o primeiro iron fora do Brasil. Lugar maravilhoso. Chato de chegar, mas que vale a pena. Natação fácil: tem até arraia no lago. Pedal misto, com subidas e descidas pouco íngremes. Vento progressivo. Corrida complicada. Foram três voltas de 7 km, com 4 km dentro do parque só no sobe e desce e mais 3 km de reta na cidade. Tudo em uma cidade acolhedora, mas quente e seca.

Aí, fui explorar o Caribe no 70.3 SAN JUAN 2011. Lugar maravilhoso. Ilha de gente simpática e de mar cristalino. Nadar em mar “fechado” facilita um pouco. O pedal, plano e com vento forte, é feito em praias fantásticas. A corrida, dura com muita subida e uma ladeira enorme, feita sob um sol forte. Vale a pena!

Depois, disputei o 70.3 MIAMI 2011. Decepcionante. Organização falha. Tudo a céu aberto. Choveu demais e estragou tudo. Natação congestionada, atrapalhando muito o desempenho de todos. Pedal sem graça, só tinha reta. Um trilho de trem na saída da cidade derrubou muita gente e furou o meu pneu. A corrida na cidade foi sem graça. Não gostei.

Na Europa, 70.3 SUIÇA 2012. Tudo de bom! Cidade encantadora, povo acolhedor, torcida junto o tempo todo (no pedal e na corrida), organização impecável e  água fria (até para suíços!). Foi um pedal diferente de tudo o que eu já fiz, uma subida de Tour de France com torcida incentivando o tempo todo. Muito rural. Corrida pela cidade e arredores, com direito até a uma subida da escada de uma catedral antiga (stairway to heaven!) Muito bacana! Prova show, a minha preferida.

América Central, no 70.3 PANAMÁ 2013. Fácil e rápido de chegar. Mesma organização de Porto Rico. Água muito fácil! Percurso reto e a favor da corrente. Pedal complicado, um sobe e desce o tempo todo com muito vento. Corrida num calor úmido que quebrou muita gente. Gostei bastante.

Então, voltei às provas nessa distância no Brasil, fazendo os 70.3 BRASÍLIA 2014 e 70.3 FOZ 2015. E Brasília, um terreno plano que engana. Já, em Foz, a prova mais difícil que fiz nessa distância, com 97 km de ciclismo.

Para fechar, fiz o 70.3 PUNTA 2015, onde infelizmente não teve natação devido à temperatura do mar e ao vento.

No que diz respeito às provas da distância maior do IRONMAN, comecei fazendo o 140.6 BRASIL nos anos de 2009, 2010 e 2011. A “queridinha” dos brasileiros. Todos conhecem: organização impecável, percurso da natação, pedal e corrida consistentes (nem muito fácil, nem muito difícil) e o melhor lugar do mundo para começar, em casa!

Depois, fiz o 140.6 COZUMEL 2012. Tinha desistido em 2010, e voltei para encarar o desafio. O lugar é lindo, com praias e mar, diferentes dos daqui. Organização muito boa. Largada confusa: com 3.000 pessoas na água. Aí, fica difícil. Natação com corrente contra que dificultou a vida de todos. Pedal com falso plano e vento contra em mais de um terço da prova. Muitas desistências. Corrida plana, com três voltas bem agradáveis,  bastante hidratação e muita torcida.

Parti para um grande desafio no 140.6 LANZAROTE 2013, a prova mais dura da minha vida. Cheguei a pensar em certos momentos que não acabaria abaixo de 17 horas. Valeu pelo lugar incrível que conheci, pedalando e correndo. Demais!

Voltei aos EUA para fazer o 140.6 LAKE PLACID 2014. O padrão de organização americana é espetacular !

No ano seguinte, atravessei o oceano e fiz o 140.6 AUCKLAND 2015. Clima frio, mas povo acolhedor !!

Irei com tudo para o 140.6 NICE, em junho!”