Anda sem tempo para treinar?

Atualizado em 28 de julho de 2017
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Todos nós sabemos que praticar triathlon significa treinar natação, ciclismo, corrida e força (musculação, funcional, etc…). Logo, é bem considerável o tempo a ser investido no treinamento. Além disso, a mínima disciplina exigida pelo triathlon também não é pouca. Ou seja, quem quer praticar triathlon tem que realmente estar disposto a tal, e muitas vezes saber como driblar a falta de tempo para treinar.

Pensando nos atletas amadores, além do treinamento, todos têm uma vida com inúmeras responsabilidades e imprevistos que, na maioria das vezes, estão relacionados à família, trabalho, vida social, saúde, entre outros. Dá para perceber que não basta só achar tempo para treinar, tem que organizar “a vida”. Diante disso, nossa obrigação (como treinador) é elaborar sessões de treino que respeitem as individualidades de cada um, levando sempre em conta a disponibilidade de tempo para treinar, dentre outros vários fatores já conhecidos. Mas mesmo assim nós sempre nos deparamos com situações em que o atleta não conseguiu realizar o treino e o culpado por isso foi o tal do “tempo”.

Duas situações são muito comuns. A primeira, você prepara um treino respeitando a disponibilidade do atleta, mas mesmo assim, por conta de algum imprevisto ou compromisso, ele não o faz. Ou se faz, muda totalmente o que foi prescrito para que se encaixe na sua agenda. Ou então, por conta de não conseguir treinar o volume total, argumenta que “se é para correr somente 20 minutos ele nem vai suar a camiseta.” Outra situação muito típica é o atleta conseguir “garimpar” em sua rotina diária uns 20, 30 minutos livres e não saber o que fazer. Fica no impasse entre treinar, o que treinar, ou se deixa pra lá.

Nessas duas situações, tenha em mente que cada minuto conta, cada treino soma. Pensando assim, nós devemos ensinar e educar nossos atletas acerca de como agirem em ambas as situações para aproveitar o tempo de forma produtiva e positiva.

Em relação ao primeiro exemplo, tente entender, ou pergunte ao treinador, qual é o real objetivo do treino. Feito isso, trabalhe com frações do volume total (2/3 ou ½), sempre respeitando a intensidade proposta. Se for um treino intervalado, respeite o tempo de estímulo, de recuperação, as intensidades, mas diminua o número de séries. Não mude o objetivo do treino. Se mesmo assim você achar que esse pequeno tempo livre não será suficiente para treinar, pense em fazer algum tipo de trabalho que leve em conta uma deficiência ou necessidade que possa existir e que seja crucial para sua melhora no esporte. Por exemplo. Use esses “20” minutos para fazer um trabalho de flexibilidade, se isso for uma real necessidade e fator limitante ao seu desempenho. Realize um trabalho de força para minimizar um desequilíbrio muscular e que possa desencadear uma lesão. Trabalhe educativos de corrida que venham lapidar sua técnica e melhorar seu desempenho. Educativos de ciclismo no rolo ou na bike de spinning também são de grande valor para equilibrar a eficiência de ambas as pernas. Na natação, por exemplo, 20 minutos de educativos surtem muito efeito e o treino fica extremamente produtivo. Pensando em cada modalidade isoladamente, sempre tem aquela onde o desempenho é um pouco aquém das demais. Nesse caso, 20 minutos correndo, ou pedalando, ou nadando, focando na técnica, contam muito para o desempenho geral do atleta.

Esse mesmo conceito de trabalhar em cima das deficiências e necessidades deve ser levado em consideração quando o atleta “acha” aquele pequeno tempo livre na sua agenda e fica sem saber o que treinar. Se o treinador orientar o atleta acerca do que pode ser realizado (treinado), o treino será mais produtivo, o planejamento seguirá sem muitas alterações, o desempenho irá melhorar, e os objetivos serão atingidos com mais qualidade.

Lembre-se que quanto mais contato com o esporte, quanto mais praticar, melhor será o desempenho. Portanto, ao acabar de ler esse texto, se ainda sobrar uns 15 minutos livres, vá treinar!

E nos vemos na próxima!