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Coisas legais e nem tanto das majors

Atualizado em 06 de agosto de 2018
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Ahhhh, as majors…. as seis grandes maratonas mundiais, sonho de muito corredor que já fez uma prova assim ou quer ser um atleta de longas distâncias. Já corri NY duas vezes e estou indo para Berlim neste ano. Coisa mais linda. Porém, elas têm seus contratempos. Nada demais, você sobrevive e será feliz para sempre.

Mas coube a mim te mostrar o lado bom e o, digamos, o a melhorar destas provas incríveis. Mesmo eu não tendo lá muita experiência no assunto, até porque o capitalismo ainda não me permitiu grandes aventuras, veja o que eu vi nas minhas provas.

Coisas legais e nem tanto das majors

A feira

Também conhecida como Expo. É como entrar na Torre de Babel: tem gente do mundo todo, falando idiomas que você nem nunca sonhou. É o centro do consumo para quem corre. Só lá você vai encontrar um par de meias com a boca de um jacaré nos dedos, tutus de bailarina, camisetas com dizeres engraçadinhos.

O bacana

Na feira você começa a ver que tem gente idiota como você correndo no mundo todo para nada. Dá um baita alívio.

O saco

Para que você quer uma meia com boca de jacaré, tutu de bailarina ou camiseta com dizeres engraçadinhos? Para nada. Mas no calor do consumismo, você vai comprar tudo isso e se arrepender assim que chegar ao hotel. É difícil se controlar.

Correr com alguém

Nestas provas no estrangeiro, muita, mas muita, muita gente mesmo corre aos pares. Eu mesma já fiz isso e farei novamente neste ano.

O bacana

Todo o planejamento feito com outra pessoa é muito melhor do que a corrida em si. Tem o momento de tensão dos pagamentos de todos os gastos, as alegrias dos longões que vão chegando, a ansiedade compartilhada.

O saco

Cada um tem um ritmo. Se você não combinar o jogo com o coleguinha, aqueles 42,195 km serão torturantes. Minha sugestão é fazer alguns longos com a dupla e ir ajustando as coisas na sua cabeça. Se você for seguir o ritmo do outro, saiba que a prova, então, será dele. Ou vice-versa. Bom, o que é combinado não sai caro.

 

 

A torta de climão

Nada se compara a correr uma prova com muita gente. Pelo menos para quem corre. Aquele monte de endorfina prestes a explodir te empurra de tal forma, que você se esquece por alguns minutos o que são 42,195 km correndo.

O bacana

São 30.000, 40.000, 50.000 pessoas felizes por um mesmo objetivo: correr!

O saco

Entre toda essa gente tem de tudo: desde os Kipsang que decidiram ser sub-2 antes dos etíopes e bem naquele dia, até o povo que para de correr do nada na sua frente para tirar fotos. E tem você, com suas metas. O lance é não se esquecer delas, porque muita coisa pode acontecer em 42,195km.

A organização organizada

Você dificilmente vai ver outro evento com tanto tempo de duração, envolvendo tanta gente e tão organizado como uma das majors.

O bacana

Nada sai fora do planejado, afora alguma tragédia, claro. Os lindos voluntários estão onde você mais precisa, há frutinhas onde deve haver frutinhas. A você cabe apenas colocar o número de peito em um lugar visível, que nem sempre é o peito (por conta do frio, muitas vezes você vai usar camadas de blusas e aí o número de peito vira o número da perna).

O saco

Tem tanta comida, que, lá pelo km 30, exausto, você passa a focar mais nos pontos de hidratação e de frutas do que na prova. Bom, eu passo.

Minha dica final

Leia tudo isso e esqueça. A prova é sua, você treinou meses a fio para ela, gastou os tubos e merece estar ali. Seja feliz com suas próprias conclusões. E saia de lá já fazendo contas para a próxima major. Certeza que ela virá.