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Rumo ao CrossFit Games 2018: Chiquinho

Atualizado em 01 de dezembro de 2017

Não há atleta mais influente no crossfit brasileiro do que Francisco Javier Toledo Diaz. Se você não reconhece por esse nome, pode lembrar-se de Chiquinho pelo seu apelido, narrado três vezes como campeão brasileiro da modalidade. Ele é o primeiro personagem da série de reportagens “Rumo ao CrossFit Games 2018: a elite brasileira”, uma parceria da Reebok e do WOD News.

São 30 anos de vida, os últimos cinco completamente dedicados ao crossfit. Segundo Chiquinho tudo começou longe de casa. No Chile, ele procurava uma metodologia diferente para implementar em sua academia tradicional quando encontrou no YouTube um vídeo de crossfit e se interessou pela modalidade. De volta ao Brasil, procurou a CrossFit Brasil, box mais próximo do seu trabalho. Lá conheceu Joel Fridman, que indicou a CrossFit Jundiaí, box pelo qual Chiquinho se tornaria tão conhecido.

De lá pra cá inúmeras foram as conquistas. Tricampeão do TCB, competição considerada o campeonato nacional da modalidade, Chiquinho esteve em todas as edições desde 2012, ano da primeira de suas três conquistas consecutivas. Entretanto, o maior objetivo na carreira de um atleta esteve perto de ser conquistado em 2014, nas seletivas Regionais do CrossFit Games. Confira abaixo o “Rumo ao CrossFit Games 2018”, com Francisco Javier Toledo Diaz, o Chiquinho.

 

 

RUMO AO CROSSFIT GAMES 2018 COM CHIQUINHO:

O SONHO SEGUE VIVO

“A minha preparação Rumo ao CrossFit Games 2018 começou 10 dias após o TCB 2017”, afirma Chiquinho. 12º colocado na competição nacional, head coach da PAM CrossFit foca seus treinos em direção ao Open 2018, primeira etapa classificatória para o CrossFit Games 2018.

“Um atleta precisa treinar todas as fraquezas se quiser estar numa competição mundial e é o que eu estou fazendo. Sou baixo e leve, então nessa etapa venho fazendo treinos de força, com todo tipo de levantamento de peso, não só o olímpico (LPO). Então numa primeira etapa eu treino força. Depois disso, foco em força e resistência, montando treinos com mais volume e intensidade com cargas médias para altas. No final, o treino é quase que todo metabólico.”

Em seu box, Chiquinho tem uma das melhores estruturas do país para treinar e há três anos segue seus próprios planejamentos.

“Dos sete dias da semana costumo fazer 3-1-2-1 (três dias de treino, um de descanso, mais dois dias de treino e um de descanso) ou 5 por 2 (cinco dias de treino e dois de descanso). Os dias de treino costumam ter uma, duas e até três sessões. Até por isso meus descansos não costumam ser ativos, são sempre de repouso total”, comenta.

Experiente, o atleta se prepara para todo tipo de exercício, movimentos e equipamentos para não ser pego de surpresa como muitos no Open de 2017, quando poucos esperavam três WODs com Dumbbells. “O atleta não pode deixar de lado o clássico, as barras, os ginásticos, mas não pode ser surpreendido. Temos que ter tudo programado durante essa preparação para se acontecer como o Open de 2017, ninguém ficar surpreso”.

Para manter o sonho vivo, Chiquinho compara a preparação com um ciclo olímpico. “Vejo a chance de chegar ao Games como um ciclo olímpico, que dura quatro anos. Você precisa estar muito amadurecido não só fisicamente: envolve sua musculatura, técnica e preparo. Teria que abrir mão de muita coisa, mas o sonho segue”, finaliza.

O QUASE EM 2014

O atleta natural de Jundiaí, interior de São Paulo, chegou três vezes aos Regionais da principal competição de crossfit do mundo nos mesmos três anos em que foi campeão brasileiro (2012, 2013 e 2014). Em 2014, ano que considerava ser seu auge, bateu na trave, mas garante que poderia estar lá.

“Cheguei à última prova em primeiro. Um pouco antes fui conferir as posições e, de repente, eu estava em terceiro. Até hoje me perguntam o porquê dessa queda e nem eu sei responder.”

Segundo o atleta, um erro na contagem dos pontos de outro competidor foi corrigido pouco antes da última prova.

“A organização me informou que outro atleta apontou um erro da arbitragem contra ele em alguma prova anterior e apresentou um vídeo, então a organização alterou o resultado. Passei mais de 40 minutos questionando e pedindo para assistir esse vídeo, mas não deixaram. Quando voltei, não tinha tempo, material, nem espaço para eu me aquecer antes de uma prova com 64 Pull-Ups e 8 Overhead Squats. A prova era relativamente fácil para mim, mas com o psicológico abalado e sem estar bem aquecido, com certeza influenciou no meu resultado. No final, fui sétimo colocado e não foi nada justo. Mas foi um grande aprendizado.”

AVALIAÇÃO DO ANO DE 2017

Com um currículo invejável e uma série de conquistas, há quem pense que o ano de 2017 foi aquém do que Chiquinho poderia imaginar, mas o próprio atleta faz uma avaliação positiva.

“Até o tricampeonato do TCB eu não tinha tudo o que eu tenho hoje. Falo em questão de responsabilidades. Divido minhas rotinas de treinos com a produção de planilhas de treinamentos para coaches de todo o país. Agora, o Chiquinho não é só o Chiquinho atleta, mas o que cuida de mais de 60 outros praticantes de crossfit e que conseguir mandar mais de 30 para o TCB nos últimos três anos. Então, não posso só avaliar o meu ano pensando em mim, já que minhas responsabilidades não se resumem a isso.”

Distante do sonho nesse ano, o atleta e head coach de 30 anos faz questão de relembrar todo seu apoio ao crossfit brasileiro que influenciam no seu rendimento pessoal, mas não se mostra arrependido.

“Para eu ter excelência no meu resultado eu teria que abrir mão de muitas outras coisas. De levantar quase 5h da manhã e dormir tarde para cuidar dos meus atletas, de deixar de participar de eventos em todo o país para ajudar toda a comunidade do crossfit. Tenho patrocinadores, tenho presença VIP em muitos eventos. O projeto com a PAM CrossFit começou em maio de 2016. Lá eu tenho e posso dar o melhor suporte possível para os atletas. Um dos melhores espaços para crossfit que você pode encontrar no Brasil com os melhores materiais, tudo para dar as melhores condições de treino possíveis.”