Como usar as corridas curtas na preparação para corridas longas

Atualizado em 02 de outubro de 2018

Quando você faz corridas longas, acaba focando apenas em provas maiores e se esquece das mais curtas, como provas de 5 km e 10 km. Mas para que você tenha um bom rendimento na corrida de rua, inserir esse tipo de competição no calendário é uma boa estratégia e faz com que você se dê ainda melhor nas provas que tem como alvo.

Para correr bem corridas de longa distância o corpo precisa passar por adaptações fisiológicas que são determinadas pelo treinamento aeróbico e anaeróbico, preparando os sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular para o esforço.

Essas adaptações melhoram o rendimento, além do metabolismo aeróbio, predominante nesse tipo de corrida. Por isso, é preciso que você intercale corridas mais longas com intensidade menores, assim como aquelas com maior intensidade e menor tempo, que são as provas curtas.

Com essa estratégia você trabalha de forma mais bem sucedida as fibras musculares. Para que entenda, a ativação das unidades motoras do seu corpo é influenciada por um conceito conhecido como “princípio do tamanho”.

Assim, as fibras com menores limiares são recrutadas quando a força gerada é baixa e, à medida que a força e velocidade aumentam, os limiares de recrutamento também são mais altos, preparando o corpo para corridas longas.

No entanto, para que você veja os resultados é preciso planejar o calendário de corridas. Não adianta sair disputando qualquer competição pensando em ter melhores resultados lá na frente.

Essas provas menores devem ser incluídas dentro da sua periodização para que você treine em intensidades mais altas. Porém não deixe de lado as adaptações do corpo, tão importantes para o bom rendimento, e o descanso suficiente para dar um novo estímulo ao organismo, o que evita lesões.

Mais: não se esqueça de estabelecer um pace mais forte para a prova curta, o que fará com que você voe baixo nas corridas mais longas e esteja bem preparado para todo o esforço que será necessário nas provas maiores.

(Fonte: Paulo de Tarso Maltez, treinador da assessoria esportiva RUN&FUN, de São Paulo, e especialista em biomecânica)