Não existe um tênis que serve para todos e que evite as lesões

Atualizado em 19 de dezembro de 2017
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Escolher um tênis de corrida é uma tarefa que exige análise cuidadosa. Quase todo mundo sabe, mas agora a afirmação tem base científica: o American College of Sports Medicine publicou um guia do tênis que evidencia alguns padrões e características, positivas e negativas dos pisantes. O que reforça e ajuda (muito) na escolha. Com tantas marcas e estilos no mercado, é importante encontrar o que melhor se ajuste aos pés e às necessidades do corredor. Mais: não existe um “tênis correto” que serve para todos e que evite as lesões

Para ser bom, um tênis de corrida precisa ser:

– Neutro: Isso significa que o tênis não tem controle de movimento ou componentes para aumentar a estabilidade (os chamados tênis para pronador ou supinador). Esses componentes extras interferem com o movimento normal do pé durante o suporte de cargas.

– Mínimo “drop”: O drop é a diferença de altura entre a parte da frente e a parte de trás do tênis (mínimo drop seria o mesmo que dizer “mínimo salto”). Tênis com drop zero ou menor do que 6 mm são a melhor opção para permitir que o pé suporte a peso do corpo normalmente durante o ciclo da corrida.

– Leve: o tênis precisam ter, aproximadamente, 285g ou menos para homens que calçam 41 e 230g ou menos para mulheres que calçam 39.

O que deve ser evitado?

– Amortecedores altos e grossos: tênis com muito amortecimento pode levar o corredor a adotar um padrão de movimento pior, aterrissando com mais impacto em comparação a uma aterrissagem com tênis de menor amortecimento.

– Suporte extra para o arco do pé ou palmilhas ortopédicas: esses itens são desnecessários. Palmilhas ortopédicas devem ser consideradas assessórios temporários (menos do que 6-8 semanas), usados somente até o fortalecimento adequado do pé. Um fisioterapeuta pode ajudar com exercícios que fortalecerão a musculatura do pé e desta forma um suporte extra para o arco não é necessário.

Como trocar o antigo tênis por um novo?

– É preciso que haja um período de transição entre um tênis com muito amortecimento e um tênis com menor amortecimento. Vale lembrar que é preciso começar o treinamento utilizando-se o novo tênis apenas por alguns minutos e ir progredindo lentamente ao longo dos dias, até que todo o treino seja feito com o novo tênis.

– Caso esteja pensando em mudar de um tênis com alto drop para um tênis zero drop considere primeiramente uma transição com um tênis de drop médio por alguns meses. 

Quando devo trocar o meu tênis?

– Quando aparecerem padrões de desgaste irregular nas solas do sapato ou quando o corredor sentir alterações no funcionamento que, normalmente, levam a algum ferimento.

– A regra geral para adquirir um novo tênis é para cada 350 milhas percorrida pelo corredor. É claro que não há um tempo ideal para todos e, portanto, é preciso ficar atento aos desgastes visíveis no tênis.

(Fonte: Dr. Kevin R. Vincent, do American College of Sports Medicine – Indianápolis)