Minimize as dores na corrida

Por:Ativo
Atualizado em 28 de março de 2018
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Todo mundo que corre sabe, depois de competições e treinos puxados, os desconfortos e pequenas dores estão sempre presentes. Por isso, muitos atletas buscam cada vez mais novas alternativas para aliviarem o sofrimento.

Uma alternativa muito fácil para isso são os banhos frios. Conhecida também como crioterapia, essa técnica consiste na aplicação geral ou local de baixas temperaturas ao corpo que resulte na retirada do calor corporal, diminuindo assim a temperatura tecidual.

Com a imersão parcial do corpo em temperaturas frias, há uma ação anti-inflamatória, que ajuda também na reabilitação das microlesões geradas pela corrida. Mas tome cuidado, esta aplicação deve ser feita da forma consciente, como explica Maurício Garcia, coordenador da área de fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte, e membro do Cete (Centro de Traumatologia do Esporte) da Unifesp.

“O corredor que for utilizar esta prática deve fazer a aplicação de gelo, ou banhos frios imediatamente após a prática do esporte, para que haja uma melhor ação do frio. Além disso, o procedimento nunca deve passar de seis minutos, pois senão o corpo pode vir a sofrer problemas”.

Após a prática da corrida, todos estão sujeitos às microlesões, que muitas vezes são imperceptíveis ao atleta. Porém, quando a dor passa a incomodar, seja pela intensidade dos treinos, ou pelo pequeno espaço de tempo destinado ao descanso, nosso corpo não consegue reparar sozinho os problemas. É aí que a crioterapia pode ajudar.

“Quando o atleta imerge na água gelada, há uma vasoconstrição, ou seja, os vasos se fecham. Após cerca de dois minutos, esses vasos começam a tentar abrir, e criam um bombeamento de sangue. Desta forma, quando o procedimento acaba, entre quatro e seis minutos, há uma vasodilatação, que limpa com maior velocidade as toxinas, e faz com que as microlesões cicatrizem mais depressa”, conclui Garcia.

Automassagem

Massagear as áreas que sofrem maior pressão após os treinamentos e corridas também pode ajudar o atleta a ter uma recuperação mais rápida e eficaz, isso porque, após atividades duras, o corpo produz ácido lático, que pode causar dores musculares e câimbras.

Como o próprio nome sugere, qualquer um pode aplicar facilmente a massagem em seu próprio corpo, conforme explica o terapeuta corporal João Carlos Seixas, do spa urbano Korpo e Alma.

“Quando acaba a corrida, a pessoa pode utilizar da automassagem para eliminar alguns incômodos. Ela deve ser feita com manobras de deslizamento, profundas e suaves, nos locais que incomodam, no sentido das articulações”.

A prática da massagem, além de auxiliar na recuperação do atleta, pode também servir como prevenção, se aplicada antes da corrida. “A automassagem pode ser feitas antes da prova, pois ajudam no relaxamento dos músculos. Uma das lesões mais comuns é a contratura, que acontece com a repetição dos exercícios, e a massagem ajuda na descontração da musculatura, fazendo com que o atleta se sinta melhor para correr”, completa Seixas.

Acupuntura

Originária da China, esta técnica milenar da medicina oriental consiste na aplicação de agulhas em pontos do corpo, que visa um efeito terapêutico em diversas condições, inclusive na recuperação pós-exercício físico.

Para os atletas, esta terapia pode ser feita em duas ocasiões, como explica Liaw W. Chao, diretor médico da SOMA-SP (Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo). “A acupuntura para os corredores, por exemplo, pode tanto ter uma função de recuperação de lesão ou dores, como auxiliar na prevenção desses mesmos incômodos”, diz Chao, que completa.

“Para quem tem pequenas lesões, o uso da acupuntura tem a vantagem de fazer com que o corredor não pare seus treinamentos e tenha uma recuperação mais rápida, sem o uso de medicamentos. Já para quem não tem nenhuma contusão, o tratamento também auxilia, já que regula o sistema nervoso,e também tem um efeito relaxante, tirando a tensão do dia a dia”.

Para Chao, o tratamento, que tem efeito anti-inflamatório e analgésico, a princípio, deve ser feito três vezes por dia, e ser reduzido com a melhora do paciente. Porém, um cuidado deve ser tomado, como alerta o acupunturista.

“Eu sempre aconselho os atletas a virem para a consulta depois do treinamento, quando podem identificar melhor seus problemas. Correr depois do tratamento não é muito bom, já que, além do efeito relaxante, o corpo não está tão pronto para a prática do esporte. É como fazer tratamento do canal, nos dentes, e depois comer alguma coisa dura”, finaliza Chao.