'Ouça' os sinais da fascite plantar para não se complicar

Atualizado em 22 de dezembro de 2017

Fascite plantar. Muitos corredores que já sentiram as dores provocadas por esse processo inflamatório, de fibrose ou degeneração das fibras da fáscia plantar, bastante comum em quem se estende por treinamentos para longas distâncias, morrem de medo de padecer novamente desse mal. A fáscia é um tecido orgânico cuja função é proteger os músculos, inclusive os do pé.

Mais uma vez, saber “ouvir” o que lhe diz o seu corpo é fundamental. Entender as mensagens do organismo e tomar providências é uma habilidade que os corredores mais zelosos desenvolvem com o tempo. Iniciar o tratamento assim que forem percebidos os primeiros sintomas poupa tempo de recuperação, que costuma variar entre seis e dez meses quando o quadro se torna crônico.

Assim, nada de desespero. Não confunda a fascite plantar, que não provoca inchaços, com outras fraturas por estresse (fissuras no osso) e o esporâneo calcâneo (calcificação), que desencadeiam processo inflamatório.

Não se apavore caso sinta os primeiros sinais de fascite. Se tiver uma prova marcada para algumas semanas adiante, trate de “soltar” as plantas do pé e não cancele sua participação. A orientação é da treinadora Luciana Dias, proprietária e treinadora da assessoria esportiva LUDIAS (www.ludias.com.br).

 

 

A fascite é provocada por uma sobrecarga causada pela repetição dos impactos ocasionados pelas passadas da corrida. Alongar é fundamental, mas não basta. “Pegue aquelas bolinhas de borracha com ‘espinhos’, que servem justamente para fazer massagens nos pés, e faça pressão com eles sobre o chão, em pé. Vale fazer com uma bolinha de tênis e, melhor ainda, pressionar uma garrafa d’água congelada de 500ml. No caso da garrafa, você junta a massagem com a analgesia (estado em que se atenuam os efeitos da dor) provocada pelo gelo, e o efeito é bárbaro”, diz Luciana.

Quem já sentiu essa moléstia instalada, em estágio mais avançado, não raro descreve a dor provocada pela fascite plantar como uma facada. “É um negócio horroroso, dá a sensação de que nunca mais você vai conseguir colocar o pé sem sentir dor. Mas calma. A não ser que seja uma coisa pontual, provocada por outra causa, a fascite causada ao longo do esforço sempre emite um sinal, e é importante ficar atento. Tratando direitinho, você volta a ficar legal”, recomenda a profissional.

Algumas medidas preventivas podem inibir a eclosão desse transtorno. Calçar bons pares de tênis (é importante revezar dois pares se quiser treinar por dias seguidos, para permitir que o sistema de amortecimento “descanse”) e evitar pisos de concreto são providências inteligentes.