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* Por Priscila Di Ciero
O overtraining é caracterizado funcionalmente como um estado de alerta para sobrevivência, e não uma adaptação – ou seja – todas as respostas orgânicas são para PROTEÇÃO. É caracterizado pelo excesso de treinamento físico que resultou em efeitos adversos à saúde. O treinamento produz trauma na musculatura esquelética, gerando uma inflamação local que, quando associada ao treino repetitivo excessivo e pouco descanso, gera uma resposta INFLAMATÓRIA SISTÊMICA.
E os principais sintomas e alterações ocorridas no overtraining são:
Baixa performance em competições e incapacidade de manter o treinamento;
Alteração do estado de humor;
Alteração dos padrões de imunidade, como aumento no risco de infecções do trato respiratório superior (especialmente nos atletas de endurance);
Catabolismo protéico;
Fadiga persistente;
Distúrbios do sono;
Dentre outros parâmetros endócrinos e bioquímicos que ficam alterados…
Portanto, cansaço e overtraining são coisas diferentes. Um dia ou dois de descanso de um treino intenso e você está bem, sem alterações de humor, sono e imunidade, provavelmente você estava cansado, e precisa passar por essa fase, faz parte do treinamento! Mas se seu corpo não anda respondendo dessa foma, você pode estar sob estado de overtraining.
A Nutrição Esportiva Funcional tem papel relevante na saúde do esportista e do atleta, ofertando nutrientes adequados para cada fase de treinamento, favorecendo o equilíbrio corporal como um todo. Quem treina com baixas reservas de carboidratos, por exemplo, aumenta na circulação hormônios do estresse e causa perturbação no sistema imune, predispondo o atleta a um estado de imunossupressão e ao overtraining propriamente dito.
Uma alimentação rica em vitaminas, minerais e fitoquímicos são importantes não apenas para a performance, melhorando rendimento e recuperação, mas otimiza todos os aspectos que envolvem a saúde geral de quem treina com seriedade.
O uso de alguns suplementos esportivos podem fazer parte da prescrição do profissional Nutricionista, como glutamina, ácidos graxos ômega-3, antioxidantes etc. E para corrigir o estado de disbiose, caso esteja presente (que vai aumentar a absorção de substâncias tóxicas, sobrecarregando função hepática), podem ser necessários uso de prébioticos e probióticos. Deve-se tomar muito cuidado com a “auto-suplementaçao”, pois quando mal empregada, pode piorar ainda mais o quadro!
O objetivo da alimentação funcional e da suplementação em caso de overtraining é quebrar o ciclo da ativação do sistema imunológico e de fadiga, sempre em associação ao trabalho do treinador e do médico.
Garanta sempre uma boa alimentação, orientada por um Nutricionista Esportivo, periodização de treinamento garantida por um treinador habilitado, e descanso reparador. Ouvindo bem os sinais que seu corpo envia você pode evitar (e muito!) o aparecimento do overtraining e garantir mais saúde e performance.
*Nutricionista paulistana formada em 2001, Priscila Di Ciero é especialista em nutrição esportiva, com cursos de extensão em nutrição funcional, estética e suplementação. É membro do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira. Atualmente, presta consultoria a restaurantes, escolas e empresas, além de atender em consultório e, quando necessário, nas residências dos clientes. Acesse o site: www.prisciladiciero.com.br
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