Corpo da corredora: lesões no joelho

Atualizado em 21 de dezembro de 2017

Por Paula Ricupero

Com a crescente participação feminina na corrida, os benefícios da atividade física para a saúde da mulher, como o controle e a manutenção do peso corporal, a melhora do sistema cardiovascular e a prevenção de doenças — sem contar a redução do estresse e a melhora da autoestima — ganharam destaque. No entanto, a prática sem orientação especializada, treinos excessivos com intervalos insuficientes de recuperação, dentre outros fatores, fizeram com que aumentasse o número de lesões e problemas de saúde entre as atletas, pontos fracos das corredoras.

É claro que, em qualquer esporte, ambos os sexos estão sujeitos a se machucar durante o treino ou competição. Porém, algumas características biológicas intrínsecas às mulheres tornam-nas mais suscetíveis a algumas lesões e incômodos fisiológicos. É o caso dos joelhos da corredora.

Em consequência de a mulher ter um quadril maior, surgem as alterações biomecânicas que isso causa nos joelhos — e que favorecem o aparecimento de lesões. Segundo o fisioterapeuta Evaldo D. Bosio Filho, são diversas as contusões que acometem as corredoras, mas a principal delas é a síndrome patelofemoral (ou condromalácia patelar), que pode ser definida como um processo degenerativo da cartilagem que reveste a patela e os côndilos femorais. “Esta é uma lesão muito comum e que atinge mais as atletas. Para cada cinco mulheres com condropatia patelar, temos um homem”, afirma. A principal queixa das corredoras são as dores na região anterior do joelho, seguidas de sinais clínicos de crepitação e instabilidade articular (estalos na articulação do joelho), hipotrofia do quadríceps (perda da massa muscular) e derrame articular (edema).

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Entre os fatores de risco estão: patela alta, relacionada com o encurtamento do músculo quadríceps (localizado na região anterior da coxa); encurtamento dos músculos isquiotibiais (posterior da coxa); fraqueza muscular do quadríceps; alterações da biomecânica dos membros inferiores (joelho valgo, pé pronado e comprometimento do alinhamento patelar), entre outros. Além desses, somam-se a esta lista os treinos exaustivos, sobrecarga de impacto na articulação e gestos repetitivos de flexão de joelho. Uma boa pedida para fugir do problema é reforçar a região por meio da musculação.

(Conteúdo publicado na revista O2 Por Minuto de abril de 2014)