A hora de voltar é agora, com o Circuito do Sol

Atualizado em 20 de janeiro de 2017

Muitos economistas costumam dizer que o ano, no Brasil, só começa depois do Carnaval. Mas a atividade física independe da folia. O ano do corredor tem início assim que ele se inscreve numa prova. Afinal, não há motivação maior do que essa para retomar a rotina de treinos. Logo no dia 29 janeiro, o calendário 2017 de corridas da O2 se inicia com o Circuito do Sol. Nessa data, haverá etapas em Brasília e Belo Horizonte. No final de semana seguinte, dia 5 de fevereiro, serão realizadas as versões carioca e paulistana do evento.

É natural o corredor dar uma parada nos treinos no período de festas. E o retorno deve ser também assim: natural, sem metas mirabolantes autoimpostas.

“O corredor amador que está nessa situação, voltando de uma pausa nos treinos, não deve querer chegar a sua primeira prova do ano como competidor. É importante ter em mente que seu propósito de estar ali é a qualidade de vida, é obter um benefício para a cabeça. Depois dessa primeira prova, pode até focar em treinos mais intensos, objetivos mais elevados”, diz Sanderson Gimenes Pajeú, profissional ligado à assessoria esportiva Clube Fiit.

Pegue leve no retorno

A palavra-chave, para quem retomar a rotina de provas na abertura do Circuito do Sol é, portanto, prazer. É bem provável que esse corredor, inativo por algumas poucas semanas, tema por uma queda abrupta de rendimento. Nem sempre isso ocorre, e nesse grau.

“Muitos corredores, nessa época, acham que vão sofrer demais ao voltar a praticar o esporte. Ao voltarem, constatam que se saem melhores do que a encomenda. Existe uma memória muscular. Se, ao longo de 2016, esse corredor treinou com frequência, dificilmente vai verificar que seu rendimento caiu tanto”, acrescenta Pajeú.

Melhore a alimentação, mas sem desespero

O afastamento dos treinos e algum exagero em comes e bebes durante as festas de fim de ano talvez resultem em peso sobressalente. É chato carregar um número maior de quilos. É interessante não se desesperar com essa indesejada nova forma física. Paulatinamente, sem desespero, com treinos de qualidade, a tendência é que o corredor recupere a forma física.

“Não é legal se privar de alimentação, fazendo uma dieta muito forçada. Dessa forma, o ritmo vai cair. Claro que é interessante comer de forma mais saudável, mas a mudança não deve ser drástica. Em tão poucos dias, o resultado dessa dieta forçada tenderá a ser marginal em termos de desempenho na corrida. Muitos alunos fecham totalmente a boca nesse momento, recorrem a suplementos. Acho desnecessário. Corro desde os 12 anos de idade, hoje tenho 48. Nunca tomei um comprimido de suplementação alimentar na minha vida”, diz Beto Rennó, proprietário de uma assessoria esportiva que leva seu nome.

 

 

O conceito fundamental, nesse período de retomada, é, na avaliação de Rennó, a regularidade. “Se o corredor treinava três ou quatro vezes por semana, que faça todos esses treinos, procurando não faltar a nenhum. E que respeite o corpo, fazendo os treinos em dias intercalados”.

Fortalecimento é fundamental

Nos dias off-running, a oportunidade se abre para refazer o caminho até a academia de musculação. “Não tem como fugir da musculação. Nessa fase, é mais importante ainda. O risco de o corredor querer forçar e, por conseguinte, sofrer uma lesão é grande se não fizer o trabalho de musculação. Mais repetições e menos carga para começar a readaptar o corpo ao trabalho e, mais para frente, aumentar a carga”, indica o treinador.

Por fim, Rennó recomenda que se elabore a tabela de ritmos, com os paces para trote, corrida leve, moderada e forte. Nessa tabela, o resultado do Circuito do Sol será aquele que constará como um tempo a ser melhorado. Você terá outras provas para construir sua progressão, o ano apenas começa. No final de janeiro (ou início de fevereiro), o aconselhável é curtir o sol, sentir o prazer de amarrar os cadarços e voltar.

Altas temperaturas

Por falar em sol, nada de treinar com sol a pino, expediente utilizado por corredores intrépidos que querem acostumar o corpo aos rigores do verão. “A largada é às 7h, horário excelente. O corredor que optar em treinar sob sol forte terá pouco a ganhar e vai se desgastar em demasia para os treinos seguintes”, acrescenta Rennó.

Desobrigado a cumprir pace rigoroso, sem compromisso rígido com o cronômetro, o corredor deve aproveitar o Circuito do Sol para…correr. “O prêmio já está dado. O prêmio é voltar à ativa”, conclui Pajeú.

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