Programar uma prova de longa distância é fundamental

Atualizado em 12 de dezembro de 2017
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Provas de longa distância e duração são circunstâncias em que o treinamento psicológico deve ser bem desenvolvido junto ao treino físico e técnico para que os resultados atinjam e superem as metas.

Nestes casos, é fundamental que se faça uma estratégia dividida em etapas, pois os imprevistos sempre acontecem, e é por causa destes eventos que, com muita freqüência, os atletas perdem o controle psicológico e conseqüentemente a eficiência técnica e física.

Além da divisão, é fundamental que haja um plano B, que englobe a possibilidade de que o atleta não atinja suas metas parciais – situações em que o atleta pode tentar superar alguns limites que tenha treinado, com a menor queda de rendimento posterior possível – isto serve para organizar os esforços de uma forma que não prejudique todo andamento da prova.

Em geral, quando monto este tipo de estratégia, procuro (junto ao atleta e, se tiver, de seus treinadores) conhecer o funcionamento do atleta, observando principalmente em que parte da competição ele poderá apresentar recuperação acentuada (trechos em decida no ciclismo, ou corrida, por exemplo); e é justamente antes destes momentos que se programa o plano B, sempre pensando em não comprometer o restante da competição.

Outro fator importantíssimo é o motivacional, que também deve estar vinculado às etapas e às possibilidades de atingir ou não as metas parciais. Também com muita freqüência, a motivação de um indivíduo que passou por um imprevisto cai, exatamente pela decepção gerada pelo ocorrido; é claro que um atraso no tempo programado não é algo positivo, mas saber que estes imprevistos podem acontecer e estar preparado para superá-los é a melhor solução.

Portanto, a melhor forma de lidar com uma competição de longa distância é conhecer com minúcias seu percurso, seus limites e desenvolver uma estratégia adequada com o seu perfil; visualizar a competição, prever imprevistos, torcer para que eles não aconteçam, mas estar preparado com um plano B caso eles ocorram.

Paulo R.V.Oppermann, que assina esta nova coluna, é psicólogo com atuação na área esportiva, trabalhou com equipes profissionais de basquete e de futebol; e atualmente trabalha com atletas profissionais, de categorias de base e amadores do atletismo brasileiro, além de prestar consultoria a algumas instituições esportivas, e ter ministrado palestras sobre o tema.