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Pace “light”, vinho e feijoada: a vida de Marílson após a aposentadoria

Atualizado em 26 de março de 2018
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A vida de um corredor de elite é feita de sacrifícios. A busca por resultados obriga o atleta profissional a, muitas vezes, abrir mão do prazer pela comida e do contato mais próximo com familiares e amigos. Marílson Gomes dos Santos, um dos fundistas mais bem-sucedidos do atletismo brasileiro, priorizou o esporte durante 27 anos, mas a aposentadoria, anunciada após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, permitiu que este brasiliense de 40 anos se rendesse a “alguns exageros”.

Convidado pela Nike para participar do Dia da Brasileiragem, evento que também reuniu Vanderlei Cordeiro de Lima, Ronaldinho Gaúcho e Bebeto, campeão da Copa do Mundo em 1994, Marílson puxou um treino de corrida pela avenida Paulista e conversou com o Ativo sobre sua nova fase.

“Quando você é atleta, tem a vida muito regrada. Levei uma vida disciplinada por 27 anos, desde os 12 anos de idad. Se tinha confraternização de família, eu abria mão. Se eu fosse, voltava para casa muito cedo. Não ingeria nenhum tipo de bebida [alcoólica]. Eu me cuidava bastante para chegar aos resultados que eu desejava”, diz. “E aí, de repente, quando você abre mão da carreira profissional, vêm os exageros da vida, o que é natural”, completa.

 

 

Consagrado por duas vitórias na Maratona de Nova York, três títulos na São Silvestre e a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, Marílson Gomes dos Santos hoje se sente livre para comer sem tanta culpa e até mesmo bebericar uma cerveja ou um vinho esporadicamente.

“Gosto de comer um churrasquinho, comer uma feijoada sem ter a preocupação de, no outro dia, ter que correr, ter que competir. Bebo uma cervejinha, um vinhozinho de vez em quando para relaxar. Nada tão exagerado, mas são coisas que eu não fazia quando era atleta. E hoje posso fazer sem peso na consciência”, conta.

A aposentadoria, no entanto, não levou Marílson a abandonar a corrida. Não é raro vê-lo treinando em locais como o Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo, ou em áreas públicas de Santo André, no ABC Paulista. A intensidade não é mais a mesma de anos atrás, mas, ainda assim, impressiona quem o acompanha.

“Hoje, corro de forma amadora. Corri para manter a qualidade de vida mesmo. Eu faço corridas com a minha esposa, a Juliana [Gomes dos Santos, especialista nos 3 mil metros com obstáculos], que continua sendo atleta. Alguns treinos longos eu faço com ela. Não é nada do que eu fazia antigamente, como 200, 220 km semanais. Se eu fizer 50 ou 60 km em uma semana, é muito. Eu corro a 3min40s, 4min por km. Esse é o meu ritmo hoje. É tranquilo, sem me esforçar muito. É uma corrida mais light”, afirma.