O cigarro pela corrida

Atualizado em 08 de agosto de 2016
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Até o mês de agosto de 2008, eu era uma pessoa sedentária. Meu único exercício físico era a musculação, que fiz durante alguns anos, além de, no máximo, três meses de natação. Enquanto meus amigos jogavam futebol e vôlei e se dedicavam pra valer à natação, eu não fazia nada, além de fumar muito. Os cigarros eram a minha maneira de aliviar o estresse do dia e de me dar algum prazer em momentos vagos. Fumava dois maços a cada quatro dias, no mínimo. Foi então que tomei uma decisão: ou terminaria minha vida de uma maneira saudável ou acabaria doente. Optei por começar a movimentar o meu corpo. Eis que surgiu a ideia de fazer minha primeira corrida, no caso, a Nike Human Race 2008. Achava quer correr os 10 km seria simples e iniciei meus treinos para chegar lá sem sofrimento. De fato, eu estava no caminho certo. Terminei a prova com aquela sensação de prazer, de liberdade, que tinha com o cigarro, mas que agora era a corrida que me dava. Desde então, foram provas e mais provas, nas mais variadas distâncias: 5 km, 10 km, daí para 16 km, depois para a meia-maratona. Se isso exige muito do corpo e do psicológico? Claro que sim. Mas nada supera o prazer de superar desafios. Quando a gente consegue chegar lá, é muito gostoso. Hoje, uma de minhas maiores felicidades é poder correr com amigos, fazer mais amigos correndo e, claro, atingir minhas metas, meus tempos. Aos 29 anos, não sou mais sedentário. Sou um “louco”, como meus amigos dizem. Louco por corrida, por endorfina e por tudo de bom que esse esporte nos dá.
Beto Jeon, formado em hotelaria, de São Paulo (SP)

Texto publicado na edição 124, de agosto de 2012, da revista O2