Eu Fui! Maratona de Toronto 2016

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Descobri a Maratona de Toronto porque gostaria de correr uma prova no primeiro semestre de 2016 que me oferecesse boas chances para alcançar a qualificação para a Maratona de Boston, em 2017.

Comecei a me preparar cerca de quatro meses antes com a orientação da assessoria esportiva Filhos do Vento e de um profissional de educação física. A única coisa que acabou me atrapalhando foi o forte calor do Rio de Janeiro nos meses de março e abril, fazendo com que quatro dos meus treinos longos fossem feitos na esteira – uma atividade nada agradável, convenhamos.

A Maratona de Toronto estava marcada para ser realizada no dia 1º de maio e seria a minha 14ª do currículo. Melhor dizendo, a 13ª, pois acabei incluindo uma Comrades no meio (e para me motivar ainda escalei a minha esposa, que iria correr a meia-maratona).

Chegando em Toronto
Chegamos na cidade durante a tarde e, mesmo cansados, fomos diretos para a pequena feira para pegar nossos kits. É importante dizer que essa maratona é bem “modesta” se comparada com grandes maratonas internacionais, como Nova York, Berlim ou Chicago. A feira se restringe a poucos stands de venda de produtos relacionados à corrida. Uma curiosidade é que a maratona pretende ser “ecosustentável” e, por isso, não são distribuídos os famosos bags para guardar seus pertences no guarda volumes antes da largada. Cada participante deve levar o seu. Após pegarmos os kits, jantamos em um grande shopping no centro de Toronto e fomos descansar.

Segundo dia
No dia seguinte, encontramos um casal de brasileiros amigos que viajaram junto conosco, mas que haviam chegado um pouco antes. Como o dia estava muito bonito, resolvemos fazer um passeio com o ônibus “hop on hop off” que circula pelos pontos turísticos da cidade. Nesse dia subimos na CN Tower, uma das construções mais altas do planeta. Visitamos o aquário Ripley e almoçamos no restaurante italiano chamado Terroni, ótima indicação.

Após o almoço, conhecemos o St. Lawrence Market, tradicional mercado de comidas, e o Destillery District, localidade onde existiam antigas destilarias e agora abriga restaurantes, cafés e lojas descoladas. Como deu para perceber, eu andei bem mais do que devia para um sábado véspera de maratona.

Espanto!
Após jantar, fui descobrir a previsão do tempo para o dia da prova e tive uma reação totalmente sinistra. Estava apontando a temperatura de 5ºC, chuva e ventos de até 50km/h! Vamos encarar!

A prova
A prova é “ponto a ponto”, ou seja, a largada fica bem distante da chegada. O percurso pode ser dividido em 3 partes. Os primeiros 21k possuem algumas descidas e subidas, mas é em declive. Nesse trecho, a maratona corta o centro de Toronto e passa por lugares bem bonitos.

Todo o resto da prova é plano. Do 22k ao 27,5k, o percurso se torna paralelo ao Lago Ontário, passando por um parque próximo ao Lago. No 27,5k, cruzamos o local de chegada da Maratona e da Meia Maratona. Isso é um pouco ruim, pois você já vê alguns participantes chegando, faltando ainda 15k de prova.

Aí começa o terceiro trecho, um “bate e volta” de quase 15k margeando o Lago Ontário, com vento a favor na ida e contra na volta. Mesmo sabendo que ia encontrar vento forte, eu não tinha noção do que seria correr com vento contra de 50km/h, chuva e frio de 5ºC. Foi desesperador!

Até o 35k eu estava fazendo o meu tempo pretendido de 3h35min, o que com certeza me colocaria em Boston 2017. Mas a partir daí passou a ser quase uma questão de sobrevivência. Eu só não parei porque tinha a exata noção de que seria muito pior andar do que correr, já que ficaria mais tempo exposto àquelas condições.

Finalizei a maratona em 3h40min03s. Apesar de chegar congelado e sem o meu almejado tempo para a Maratona de Boston, a recompensa foi a medalha.

Tchau, Toronto!
Antes de dar tchau para Toronto, nós ainda passeamos mais, viajamos para cidades vizinhas, conhecemos mais lugares, fizemos uma excursão e o tempo acabou ficando curto, tanto que só conseguimos montar a mala na manhã do embarque e correr para o aeroporto.

Na mala eu não trouxe o índice para Boston. Ele ainda virá! Mas trouxe as lembranças de cidades bonitas e interessantes de serem visitadas e de uma maratona pequena, mas muito bem organizada e com voluntários maravilhosos. E também trouxe a maior e mais bonita medalha que já ganhei nesses quase 12 anos de corridas pelo Brasil e pelo mundo!