Ricardo SoaresFoto: Ricardo Soares

Corrida ajudou repórter a largar o cigarro

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Corre pra lá. Corre pra cá. A vida de um jornalista é, normalmente, corrida — ainda mais se ele trabalhar em uma grande emissora como a Rede Globo. Mas isso não deve ser, necessariamente, uma desculpa para fugir da corrida como atividade física. Afinal, praticar o esporte pode proporcionar maior disposição para encarar a rotina.

Prova disso é a repórter da GloboNews, Elisabete Pacheco, que descobriu uma grande aliada. “Eu me sinto muito mais disposta, animada e forte quando corro. Eu produzo meu próprio conteúdo. Gravo as reportagens externas. O treinamento é fundamental, até para me dar força para operar a câmera”, conta. Elisabete começou a correr em 2007, aos 35 anos, logo após o nascimento de seu segundo filho, Francisco.

As passadas foram importantes em mais uma de suas tentativas de largar o cigarro. Nas duas vezes em que esteve grávida, conseguiu deixar de lado o vício, mas sempre acabava caindo na armadilha de voltar a fumar. “Eu me matriculei num estúdio de treinamento perto da minha casa, com a intenção de não cair na tentação do cigarro novamente. Conheci a personal trainer Claudia Lima. Ela incentiva todo mundo a correr e comigo não foi diferente”, relembra. A adaptação ao esporte foi fácil, mas o gosto por ele demorou cerca de três meses para chegar.

Afinal, como ela mesma conta, nunca foi uma pessoa competitiva e, por isso, nunca havia se encaixado em alguma atividade física. Mas, ao se forçar a sentir os prazeres da corrida, percebeu que a tinha como forma de autoconhecimento e como aliada na luta para largar o cigarro.

“A corrida é um vício bom, me oxigena a vida e me faz pensar em questões das mais diversas. É um dos poucos momentos que passo, exclusivamente, comigo mesma”, fala Elisabete. “Por isso, consegui trocar um pelo outro… Se passo um tempo sem correr, a vontade de fumar volta imediatamente.”

 

 

Treino e trabalho

A sua rotina profissional tem o primeiro passo apenas na parte da tarde, mas o dia de Elisabete começa cedo. Com o horário da manhã livre, ela usa esse espaço para dedicar-se à casa e aos filhos, além, é claro, de treinar! Por conta do tempo corrido, os treinos dela são na maior parte na academia. Três vezes por semana, ela treina musculação e faz treinos intervalados de corrida na esteira. “Dou um trote de 1 minuto e tiro a 13 km/h por mais 1 minuto. Não posso correr longas distâncias na esteira, os joelhos não aguentam.”

Longa distância só na rua, quase sempre aos fins de semana. Nesses dias de “longão”, ela chega a encarar até 15 km. Os 15 km, aliás, são sua distância preferida. Esse “amor” começou com a tradicional São Silvestre. “Sempre cobri a prova no final do ano e aquela energia me contagiava. Certa vez, meu amigo e também corredor, Sergio Aguiar, apresentador do GloboNews em Pauta, me desafiou a participar da corrida. A proposta foi feita ao vivo. Que bom, não me deu chance de pensar. E assim começou meu amor pelo trajeto.”

Nunca parar

Assim como na vida profissional, Elisabete é dedicada e disciplinada quando o assunto é treinamento. “Não fico sem correr jamais. No começo do ano, fiquei quatro meses longe da corrida porque machuquei os joelhos. Fiz fisioterapia, musculação leve, até conseguir caminhar longas distâncias e finalmente correr. Fiquei deprimida. Parar de correr não faz parte dos meus planos.”

Elisabete já concluiu a meia-maratona do Rio de Janeiro e diz que sua meta é continuar insistindo em provas dessa distância, sem focar, contudo, na performance, mas sim no prazer de correr. Afinal, como ela mesma já disse, competir não é muito a sua cara. “Cada dia já é um desafio. A gente larga, mas não sabe quando vai cruzar a linha de chegada. Por isso, para mim, o importante é começar, tentar”

Com tantos benefícios que já acumulou com a prática da corrida, mesmo a jornalista boa com as palavras não consegue ser sucinta quando tem que definir o que o esporte representa em sua vida. “É um momento particular. Uma conquista pessoal. Uma forma de deixar o pensamento livre. Um compromisso com a minha saúde. Uma chance de ter uma vida melhor. Um agrado ao meu corpo e à minha mente.”